a) b) e c) Neste trabalho, pretende-se compreender as origens do medo do tubarão e sua perpetuação no imaginário coletivo até os dias de hoje. Com isso, será possível relacionar à sua imagem negativa o decaimento contínuo da população de múltiplas espécies, evidenciando, portanto, as consequências que falsas representações do tubarão como inimigo do homem trouxeram e ainda trazem. No primeiro capítulo, serão introduzidas possíveis hipóteses sobre como se deu o início do medo do mar e de seus monstros. Nos capítulos seguintes, o foco é no tubarão. O medo existente do animal, assim como seus ataques a humanos, será tratado profundamente de maneira quantitativa. Serão também exploradas algumas características da anatomia funcional do tubarão e de seus ataques, sendo possível, dessa forma, compreender a distorção da imagem do animal e de seu comportamento em relação à realidade.“Vida na água” é um dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU. Nele, fundamentalmente, destaca-se a necessidade da eliminação de riscos ao equilíbrio dos ecossistemas aquáticos e o uso consciente e sustentável dos recursos (UN GLOBAL COMPACT, 2015). Os tubarões, essencialmente, têm esse papel: controlam populações de inúmeras espécies de peixes, crustáceos e mamíferos. A constante queda na população de muitas espécies, dada pelo aumento da pesca, indica, hoje, uma queda drástica no
número de indivíduos que, se muito perdurar, acarretará um completo desequilíbrio ambiental, com o aumento de várias espécies de peixes e de outros animais (condição que, provavelmente, os oceanos não suportarão) (ANDERSON, 2018).
Portanto, neste Trabalho de Pesquisa Individual proposto, procura-se, por meio da revisão bibliográfica de diversos autores, compreender as origens do medo do tubarão, e o desenvolvimento do mesmo para as atuais imagens absurdas que se referem a eles. Também será realizada de uma pesquisa quantitativa com uma população de cem pessoas com o questionamento a respeito do medo efetivo de tubarão.
Desse modo, será possível indicar as consequências trazidas por essas falsas impressões, e como elas podem ser (e são) uma ameaça à biodiversidade e ao equilíbrio da vida marinha. Um dos focos é alertar sobre a idealização irreal que há sobre um animal tão importante para as cadeias alimentares. Bocas monstruosas, sangue nos olhos e genocida
nato: nada do que é compartilhado na mídia global irá excluir o papel fundamental do tubarão. O medo, ao analisar dados presentes no International Shark Attack File (obtidos por Florida Museum), é praticamente fictício. O risco, diferentemente do que muitos pensam, é quase nulo se comparados a outros incidentes (ISAF, 2023). É sempre preciso
lembrar que os humanos representam maior ameaça aos tubarões do que o contrário.
d) Nesse trabalho conclui-se que, apesar do predador ser extremamente eficiente e representar um risco natural ao humano, os elementos que influenciaram o temor por essa criatura são externos a isso. Conteúdos cinematográficos, literários e jornalísticos exploram uma perspectiva negativa de sua atividade de predação, dramatizando e substituindo o
papel natural de um predador por uma máquina de comer irracional(ANDERSON,2018).Além disso, foi possível relacionar o medo à constante queda na população de diversas espécies. Anderson (2018) defende que colocar o tubarão como inimigo humano inibe a capacidade de sentir compaixão pelo animal. Isso, portanto, torna, difíceis as lutas a favor da preservação das espécies. Ao colocar o homem (“vítima”) no centro das atenções, são omitidas as importantes funções do predador para os
ecossistemas aquáticos. Em verdade, nós somos os assassinos dessa história.
e) TUBARÃO – MEDO – EXTINÇÃO – EQUILÍBRIO DAS ESPÉCIES
