O Rio Grande do Sul é o maior produtor agrícola de arroz no Brasil, onde a casca é a parte mais volumosa e representa 20% do seu peso. A mesma é apenas utilizada para queima e geração de energia, restando o resíduo denominado CCA (Cinzas da Casca do Arroz) com pouco aproveitamento e difícil descarte. Porém, pelo alto teor de sílica na composição das cinzas, visamos a possibilidade da extração da mesma em forma de silicato de sódio através de um processo lixiviante com hidróxido de sódio, filtração e mistura do filtrado com aluminato de sódio para a formação de um precipitado, processo em autoclave para cristalização e, por fim, a secagem em estufa, onde o produto obtido é denominado zeólita. Uma vantagem é o seu baixo custo de produção em comparação às do mercado atual, principalmente pela utilização de um resíduo como forma de extrair uma das matérias-primas e sem necessidade de queima em forno mufla para a obtenção, mostrando que a produção até a etapa de secagem tem maior funcionalidade. A caracterização da zeólita foi realizada por meio das análises como: espectroscopia no infravermelho, difração de raios X e fluorescência de raios X. Com base nos resultados das análises, pode-se verificar que a zeólita obtida foi do tipo sodalita, que apresenta um caráter básico, com a presença do sódio em sua estrutura. Segundo a literatura, a sodalita tem propriedades adsorventes, e essa característica foi testada em diferentes meios. Sendo o primeiro deles uma solução de cloreto de sódio, simulando a concentração da água do mar, para uma possível dessalinização. Pela falta de eficiência, devido aos poros pequenos da zeólita, partimos para a adsorção de gases em meio aquoso, dando ênfase ao teste com dióxido de carbono e sua variação de pH com a zeólita. Também foi testado a propriedade de adsorção em soluções básica e ácida de amônio, onde foi positiva a troca do sódio da estrutura pelo amônio, mas sua eficácia foi melhor na solução ácida que neutralizou o pH alcalino da zeólita. Outro meio de troca avaliado foi o cloreto férrico, que em uma concentração na faixa de ppm foi observado a troca iônica que mostrou-se promissor. Dessa forma, continuaremos a testar as aplicações que apresentaram resultados positivos e favoráveis às propriedades da zeólita obtida a partir das cinzas da casca do arroz.