Tensoativos são substâncias anfifílicas, ou seja, possuem parte polar e parte apolar, utilizados em diversas indústrias, como, por exemplo, produtos de autocuidado, produtos de limpeza, indústria farmacêutica, etc. Os surfactantes precisam ter 3 características básicas: a capacidade de emulsificação (misturar dois líquidos imiscíveis), a concentração micelar crítica (cocentração mínima necessária do tensoativo para que ele forme micelas) e a capacidade de diminuir a tensão superficial (A tensão superficial é causada por um desequilíbrio entre as moléculas de uma mesma substância, ocorre geralmente na troca de fase entre essa substância e alguma outra que pode ou não ter o mesmo estado físico). A maioria dos surfactantes industrialmente usados são à base de petróleo, substância essa responsável por excesso de acidentes marítimos e terrestres, que podem acontecer em todos os processos, desde a obtenção até o transporte, além de ser tóxica para o meio ambiente e para a saúde humana, é uma fonte não renovável. A melancia também é uma fruta de produção de grande escala no Brasil e no Rio Grande do Sul, mas infelizmente, sua taxa de desperdício é muito alta, sendo que apenas em Caxias do Sul-RS, em 2018, em um período de 30 dias, mais de 300kg (líquidos) de melancia foram desperdiçados. Tendo esses problemas em vista, este trabalho tem como objetivos investigar quais são as principais características relacionadas às propriedades tensoativas do biossurfactante obtido a partir da melancia, obter extratos de diferentes partes da melancia, comparando os resultados entre si, identificando o rendimento de cada parte da fruta, analisar, por meio de técnicas de triagem fitoquímica, tensão superficial, análise cromatográfica, índice de saponinas e concentração micelar crítica, o potencial tensoativo das partes da fruta e testar o comportamento do tensoativo em contato com os contaminantes: hexano, óleo mineral e óleo vegetal. Para a realização desses objetivos, serão obtidos extratos a partir do suco de melancia e comprovado suas propriedades tensoativas através de quatro testes práticos: triagem fitoquímica com o índice de saponinas (partes iguais do extrato da melancia e água serão misturados e agitados, comparando a altura da espuma formada com a altura da espuma de um surfactante industrial), teste de pH com phmêtro (após calibrado o eletrodo que possui a ponta sensível a íons de H+ entrará em contato com o biossurfactante e irá medir com maior precisão o pH da solução) e determinar a concentração micelar crítica (CMC) através dos métodos de condutividade (baseado na variação do pH do meio em que o tensoativo estará inserido) e absorção UV-VIS (baseado na absorção do corante com concentração fixa em relação ao surfactante que estará sempre em uma concentração diferente).