As reflexões sobre as educações nos dias atuais tem mobilizado pensar sobre os sujeitos durante seu processo formativo e como se dá esta trajetória educacional. Este sujeito é marcado por caracretisticas de sua identidade, bem como o como estas situam-os em meio as diversidades e diferenças formativas. Estas catecterísticas identitárias que situam as pessoas/sujeitos encontram espaço profícuo para reflexão no perceber-se frente a diversidade e diferenças no espaço escolar, como localidade de encontro com as diferenças, e na interlocução entre sujeito, escola e meio familiar. Temos visto na literatura que tais encontros entre sujeito-escola-família, possuem um local privilegiado de reflexão no que toca as pessoas enquanto sujeitos de desejo (de sexualidades) Deste olhar a presente investigação teve por objetivo identificar elementos de interface família-escola, no que refere a relação entre currículos, sexualidades e o ritual do assumir-se. Para tal, valemo-nos de uma pesquisa de enfoque qualitativo e exploratório, ancorado nos estudos sobre histórias de vida e heteroautobiografias. Para o estudo, os sujeitos foram convidados a participar da pesquisa considerando: serem estudantes da instituição escolar, se identificarem como jovens e como LGBTQIAPN+. Os estudantes assinaram um Termo de Consentimento Livre Esclarecido, validado pelo Comitê de Ética e Pesquisa da Instituição, sendo posteriormente agendada uma entrevista. A entrevista foi guiada por roteiro semiestruturado contendo quatorze questões, sendo audiogravada e transcrita com o suporte de software, revisada após transcrição. As transcrições foram analisadas por Analise de Conteúdo de Laurence Bardin, sendo elaborada a partir da analítica três categorias de analise de modo emergente. Como resultados, evidenciou-se a partir das narrativas três categorias que incidem sobre a de interface família-escola, no que refere a relação entre currículos, sexualidades e o ritual do assumir-sem sendo: : i) O processo de reconhecimento a partir das redes sociais, práticas e artefatos culturais, de modo que as referências com as quais o sujeito interage vislumbra possibilidades de modo de ser, sendo que os processos de identificação envolvem uma rede multifacetada; ii) O perceber-se mulher pansexual e os enfrentamentos-afirmações, ao passo que as possibilidades de ser mulher deparam-se com múltiplos atravessamentos do perceber-se e deparar-se com enfrentamentos restritivos; iii) A função da família enquanto agente normatizante e técnicas de controle do corpo feminino, sendo o investimento do olhar e da docilização dos corpos. Compreendemos assim que estas categorias analíticas nos dão subsidios para elaborar processos formativos e currículos que busquem uma educação mais qualitativa e que propicie interface família-escola-estudante, buscando suprimir as desigualdades e maior dialogo entre as instituições sociais de formação integral.