A utilização de mix de plantas de cobertura de solo antecedendo a cultura do soja já é comum entre os agricultores, entretanto, essa cultura não necessita de grandes quantidades de nitrogênio (N) em sua adubação, visto que é uma leguminosa. Portanto, o uso de mix de plantas de cobertura de solo antecedendo a cultura do milho, uma gramínea, é uma estratégia interessante pois pode fornecer múltiplos serviços ecossistêmicos que refletem os pontos fortes das diferentes espécies cultivadas, potencializando a prática em relação ao seu uso solteiro. Além do componente ecológico e da ampliação dos serviços ecossistêmicos, o mix pode contribuir na mitigação das emissões de gases de efeito estufa como de óxido nitroso (N2O), através da redução na quantidade de nitrogênio (N) aplicada na fertilização no milho. O objetivo do projeto é selecionar mix de plantas de cobertura que combinem alta adição de C e N ao solo com maior produtividade de milho e menor emissão de N2O. O experimento está sendo conduzido na área experimental da Escola Técnica Estadual Celeiro (ETEC), Bom Progresso – RS. Serão avaliadas seis espécies de plantas de cobertura (Ervilha – Pisum sativum; Ervilhaca – Vicia sativa; Tremoço – Lupinus albus; Aveia – Avena strigosa; Centeio – Secale cereale; e Nabo – Raphanus sativus) compondo diferentes mix e um tratamento em pousio. O milho será cultivado em sucessão em subparcelas com e sem adição de N-ureia. No florescimento das plantas de cobertura será avaliada a produção de matéria seca (MS) e os teores de C, N, S, P e K na MS. A produção de MS, acúmulo de N e produtividade de grãos será avaliada na maturação fisiológica do milho. Após o manejo das plantas de cobertura e durante o cultivo do milho será avaliada a emissão de N2O. Ao final do projeto espera-se indicar mix de plantas de cobertura que combinem alta adição de C e N ao solo com maior produtividade de milho e menor emissão de N2O, condição que contribui para uma agricultura de baixo carbono.