A pesquisa visa a utilização da técnica de biorremediação para recuperar solos contaminados com ácido sulfônico concentrado. Recentemente, um derramamento de ácido sulfônico na SC-130, em Joinville, contaminou o Rio Seco, afetando cerca de 75% do abastecimento de água da cidade e impactando o solo adjacente. A contaminação se espalhou para outros estados, com potencial para acidificar o solo e prejudicar a biodiversidade local. O ácido em específico pode levar à bioacumulação em organismos, impactando a cadeia alimentar e a saúde dos seres vivos. Nesse contexto, a biorremediação se destaca como uma solução eficaz e de baixo custo para mitigar os impactos de acidentes de derramamento, especialmente em desastres naturais. Um exemplo alarmante são as enchentes que devastaram o Rio Grande do Sul em 2023, inundando inúmeras empresas e contaminando solos. Esse cenário expõe a vulnerabilidade das instalações, onde tanques de reagentes químicos entraram em contato com a água da chuva, criando riscos de contaminação em larga escala. Se não tratada adequadamente, a contaminação do solo pode resultar em sérios problemas ambientais e de saúde pública. Assim, a biorremediação possui potencial para se tornar uma alternativa para restaurar essas áreas afetadas, promovendo a recuperação ambiental de maneira sustentável. Diante desses cenários, o objetivo da pesquisa é desenvolver métodos eficazes para a descontaminação do solo e estabelecer estratégias que possam ser aplicadas em futuros acidentes com produtos químicos. Dada a falta de estudos sobre os impactos específicos desse tipo de contaminação no cenário do acidente e a necessidade de uma remediação eficaz, a pesquisa propõe explorar a biorremediação como uma solução. O método utiliza organismos biológicos para degradar poluentes e restaurar áreas contaminadas. O foco inicial foi o isolamento de microrganismos com potencial para degradar o ácido sulfônico sendo iniciado com a exposição de uma porção de terra ao ácido sulfônico, simulando as condições do solo no local do acidente. Foram preparados meios de cultivo utilizando o ágar Czapek-Dox, o qual possui grande versatilidade. Nesse meio, o ácido foi utilizado como fonte de carbono. Também foram preparadas soluções salinas estéreis de cloreto de sódio (0,9%) para inoculação em ágar e nas soluções da terra contaminada e não contaminada, com o objetivo de isolar microrganismos que utilizam o ácido sulfônico como alimento, estimulando seu crescimento. Os próximos passos da pesquisa envolvem a reintrodução dos microrganismos isolados na solução de terra contaminada, para testar a eficácia do método. A eficiência será avaliada pela determinação do teor de surfactantes, com medições semanais ao longo de 30 dias, utilizando o método do azul de metileno, com espectrometria. Esse acompanhamento permitirá verificar se os microrganismos estão de fato degradando o contaminante. Além disso, será realizada a identificação dos fungos isolados para investigar suas características e os possíveis impactos ambientais que elas podem causar. Palavras-chave: Biorremediação. Ácido Sulfônico. Meio ambiente. Fungos.