O presente projeto de pesquisa intitulado “Seletividade Alimentar: um cardápio de sabores a ser descoberto”, fora inspirado a partir de uma situação real vivenciada pela turma Pré IC, da Escola Municipal de Educação Infantil Tia Jussara. A situação vivenciada ocorreu durante a realocação temporária da turma supracitada, para outro prédio no município, em função de danos causados por chuvas severas e enchentes. Nesse período, um novo aluno, chamado Caio, ingressou na turma. Ao retornar ao prédio original, e a rotina, Ícaro, um aluno com Transtorno do Espectro Autista (TEA) e com seletividade alimentar acentuada, despertou a curiosidade de Caio. Ocorre que Ícaro traz diariamente sua lancheira, contendo alimentos preparados especificamente de acordo com suas necessidades. Essa situação despertou em Caio questionamentos sobre a possibilidade de também trazer sua própria lancheira para a escola. O projeto tem como objetivo geral compreender por que o colega autista tem seletividade alimentar, visando introduzir novos sabores de forma inclusiva. Como objetivos específicos citam-se: I) investigar as razões da seletividade alimentar das crianças com autismo; II) o impacto dessas preferências no ambiente escolar e; III) desenvolver estratégias para introduzir novos sabores de maneira lúdica e inclusiva, respeitando as necessidades e peculiaridades de cada criança. A metodologia empregada é a do diálogo em roda de conversa, horas do conto, dinâmicas e reflexões sobre o autismo e sobre a seletividade alimentar da turma, a partir do vídeo educativo “O menino que não gostava de legumes”. Destaca-se ainda as atividades em que as crianças são convidadas a desenvolverem a criação de desenhos representando seus alimentos favoritos, que depois são apresentados à turma; o envio de questionário para os pais sobre a alimentação das crianças, cujas respostas são analisadas através de gráfico construídos por elas; a história “A cesta da dona Maricota”, com uma cesta repleta de frutas oferecida pela professora, permitindo que as crianças vejam, toquem e provem diversos tipos de frutas; a criação de um cartaz classificando alimentos em “posso comer sempre”, “posso comer com moderação” e “devo evitar”; jogos pedagógicos de dominó e jogo da memória dos alimentos; a conversa com a nutricionista da escola; a visita à cozinha e a conversa com as merendeiras; a realização da receita de bolo de feijão feita pelas próprias crianças; o oferecimento do bolo aos funcionários da escola; o registro da receita através de um cartaz visual; a conversa com a mãe do colega Ícaro sobre o autismo; o plantio e cultivo de hortaliças, temperos e chás em canteiros na escola; a história “Uma lagarta muito comilona”; a visita ao supermercado do bairro; a compra de frutas para o preparo sucessivo de uma deliciosa salada de frutas, buscando verificar as hipóteses levantadas pela turma. A partir dos dados coletados, percebe-se que todo ser humano tem suas preferências alimentares onde, algumas pessoas não gostam de certas texturas, enquanto outras têm preferência por alimentos doces ou salgados. No entanto, é importante manter as papilas gustativas abertas a este amplo cardápio de sabores maravilhosos que uma alimentação variada e saudável pode proporcionar.