Detectada pela primeira vez na Índia, em outubro de 2020, a mutação do vírus SARS-CoV-2 (causador da Covid-19) conhecida como Variante Delta (B.1 617.2) já foi registrada em mais de 130 países. Ela é considerada uma variante de preocupação por ser mais transmissível do que as anteriores (Alfa, Beta e Gama), o que a faz mais contagiosa do que a cepa original (Fiocruz, 2021). Apesar de já ser a variante dominante no Brasil, mais de 90% das amostras das cidades de São Paulo e o Rio de Janeiro, a Delta não teve aqui o mesmo impacto que teve em outros locais, como Reino Unido e Estados Unidos. O motivo para isso ainda não é claro. Desse modo o objetivo do presente estudo foi avaliar os impactos das mutações do coronavírus no Brasil. Foi realizado um estudo observacional, retrospectivo de caráter transversal no qual foram analisados os sequenciamentos do genoma completo do vírus SARSCoV-2 no banco de dados do National Center for Biotechnology Information (NCBI). Para tanto foi utilizado o termo “sars-cov-2seqs” para a pesquisa de sequenciamentos disponíveis. Com base em revisão de literatura foram identificadas as mutações mais importantes nas linhagens mais predominantes no mundo e suas semelhanças moleculares. A seguir, foi realizada uma correlação entre o aumento de casos, mortes e internações a partir da detecção da casos de novas variantes nos países: Índia, Israel, Reino Unido, Estados Unidos e Brasil, a partir de dados da saúde públicos desses países. Foi realizado também a comparação do impacto das variantes Gama e Delta no Brasil a partir da confirmação do primeiro caso confirmado. Observa-se, o crescimento abrupto de casos da variante delta desde o primeiro caso da nos Estados Unidos, Rússia, Espanha, Índia e África do Sul. No Brasil, mesmo após a variante Delta ter se tornado prevalente em grande parte dos estados, não se observou um aumento expressivo no número de casos. Isso pode ser explicado em parte pelas campanhas de vacinação, onde até a presente data, temos aproximadamente 38% da população brasileira vacina. Por outro lado, a anterior exposição da população brasileira à variante Gama pode estar contribuindo para esse fenômeno. Várias explicações são sendo elencadas no presente estudo como a semelhança genética entre as variantes, uma possível seleção natural convergente, maior imunidade pela variante Gama e fatores ambientais. Esses estudos estão em andamento e serão concluídos e apresentados na MOSTRATEC Virtual.