As crianças trazem para a escola os conhecimentos que adquiriram com a sua família desde bem pequenas e na questão do ensino de matemática não é diferente das demais disciplinas, aprendem a contar de forma lúdica através das cantigas e brincadeiras infantis, brincam de calcular de comprar e vender com os irmãos e outras crianças da sua rua, do seu bairro e quando chegam à escola, é necessário que os educadores proporcionem a elas aprendizagens significativas, através de possibilidades para que a criança construa o seu conhecimento e desenvolva um raciocínio lógico relacionando o imaginário com a realidade. Elas perguntam e questionam o tempo todo e neste contexto o papel do professor é o de ser o mediador, facilitador, o que vai buscar novos caminhos através de pesquisas, rodas de conversas, dando oportunidade e voz aos alunos para que possam colocar as suas dúvidas, interesses e expectativas quanto a determinados assuntos, sendo um observador no dia a dia em sua sala de aula. Segundo a Base Nacional Curricular Comum (BRASIL2017) o conhecimento matemático é necessário para todos os alunos da Educação Básica, seja por sua grande aplicação na sociedade contemporânea, seja pelas suas potencialidades na formação de cidadãos críticos, cientes de suas responsabilidades sociais. Neste contexto foi desenvolvido um projeto de pesquisa com os alunos de uma turma do 2º ano do ensino fundamental, com o objetivo de proporcionar aos alunos uma aprendizagem matemática de forma lúdica e prazerosa, a partir de perguntas das crianças e em rodas de conversa, observando brincadeiras na sala de aula em que elas já utilizavam alguns elementos do sistema monetário, desenhavam ou recortavam cédulas e/ou moedas, montavam uma loja ou mercadinho na sala de aula, com base nisso decidimos oportunizar aos alunos a busca de conhecimentos sobre o sistema monetário de forma lúdica e prazerosa para essa faixa etária. A partir das observações em sala de aula percebeu-se o interesse e a curiosidade dos alunos do segundo ano sobre esse assunto, bem como seus sonhos materiais que buscam adquirir e como pensam que devem fazer para conseguir realizá-los. A partir daí surgiram questionamentos: Como surgiu o dinheiro? Para que serve o dinheiro? Será que sempre foi assim? Qual o nome da nossa moeda? E os desenhos nas cédulas o que significa? Posso comprar tudo com o dinheiro? E se não existisse o dinheiro? Poderia ser de outra forma? O que quer dizer a palavra dinheiro? Quem faz o dinheiro? De onde ele vem? O que é economizar? O desenvolvimento das aprendizagens não se dá apenas nas respostas às suas dúvidas e questionamentos, mas entendemos que a criança constrói o seu conhecimento no momento que oportunizamos a elas atividades concretas, nas quais elas possam interagir entre seus pares, buscar suas aprendizagens e continuar aprendendo, pois o conhecimento não está pronto e acabado. A utilização de materiais concretos nas classes das séries pré-escolares e iniciais na escola tem então, segundo esta teoria, objetivo não de fazer a criança somente “tocar”, “sentir”, os objetos, (…) mas possibilitar à criança realizar abstrações pseudoempíricas, construir o pensamento reflexivo sobre conhecimentos novos, não só a partir de objetos, mas a partir das ações que ela exerce sobre os objetos, enriquecidas pela participação de outras crianças nesse processo de interação (FRANCO, 1991, p.23). Nessa perspectiva, o grande desafio da educação financeira é ir além da aprendizagem comportamental, engajando- se na construção de uma cultura cidadã e na formação de atitudes necessárias, ofertando experiências conscientes de como lidar com o dinheiro e aos impulsos consumistas.