Os contos de fadas são clássicos da literatura infantil e as princesas da Disney sempre fizeram parte do imaginário das crianças e são referência de beleza e comportamento em uma fase de formação da identidade social. Com o tempo a figura feminina das narrativas sofreu profundas transformações, passando de donzelas indefesas e prendadas para protagonistas independentes e aventureiras, e o amor romântico deixou de ser o tema central da história, e os filmes passaram a retratar conflitos próximos ao real. Este estudo tem por objetivos: analisar o estereotipo das princesas da Disney desde as primeiras histórias até as produções atuais, identificar fatores influenciadores das mudanças das protagonistas ao longo dos anos e discutir sobre a importância do empoderamento das princesas para as meninas da nova geração. Trata-se de uma pesquisa bibliográfica de natureza descritiva e informativa, realizada através da revisão sistemática em livros, filmes e sites de revistas eletrônicas. As princesas foram representadas por 13 produções: começando pela Branca de Neve e terminando com Moana. De acordo com as características físicas e comportamentais de cada princesa da Disney e a década em que foram criadas, elas foram classificadas em três grupos: Clássicas(1937-1959) – Branca de Neve, Cinderela e Aurora, Rebeldes(1989-1998) – Ariel, Jasmine, Bela, Mulan, Pocahontas e Contemporâneas (a partir de 2009) -Tiana, Merida, Anna, Elsa e Moana. Os resultados da pesquisa apontam uma ruptura do padrão típico da beleza e comportamental, as princesas inicialmente eram frágeis, lindas e gentis, e transformaram-se em garotas de etnias diferentes e donas do seu destino, mas ainda se reforça muito nos filmes: a juventude e a magreza.As narrativas refletiram os acontecimentos históricos da sociedade, cada princesa representava o ideal de mulher de sua época, e as mudanças ocorridas foram influenciadas pelos movimentos feministas que aconteceram ao longo do tempo. Foi possível demonstrar que o impacto da falta de representatividade nos filmes infantis é negativo na forma como as meninas enxergam o mundo, podendo influenciar na sua autoestima. A Disney adaptou-se as transformações ocorridas do século XX para o XXI para se aproximar da realidade atual da mulher. O cinema tem função de divertir, mas também propaga padrão formador de opinião, principalmente quando são voltadas para o público infantil, sendo importante que as meninas reflitam de maneira crítica sobre essas mudanças, e cresçam fortes e conscientes dos seus direitos para uma sociedade mais justa e igualitária.