Este trabalho tem como tema o cultivo de hortaliças em casa. Dessa forma nos deparamos com o seguinte problema: Qualquer pessoa pode ter ao alcance de suas mãos alimentos nutritivos e sem agrotóxicos? Acredita-se que muitas pessoas não produzem seus alimentos em casa de forma sustentável, por falta de informação, falta de espaço, baixo poder aquisitivo ou por falta de interesse. Justifica-se esse presente trabalho por causa da crise econômica provocada pela pandemia que colocou muitas pessoas em condição de vulnerabilidade alimentar, e o cultivo em casa traz economia no orçamento doméstico. Além disso, mexer e trabalhar com a terra pode ser algo terapêutico trazendo benefícios à saúde mental. A segurança alimentar contempla a disponibilidade e o acesso permanente aos alimentos, o pleno consumo sob o ponto de vista nutricional e a sustentabilidade no processo de produção, garantindo, assim, que a fome seja combatida em todas as suas dimensões. Neste sentido, a produção doméstica de alimentos hortícolas constitui estratégia viável à oferta constante de alimentos nutritivos, sem o uso de agrotóxicos ou químicos nocivos. Tem-se como objetivo incentivar a produção doméstica e sustentável de alimentos entre os estudantes da EJA, mesmo com pouco espaço e reduzida disponibilidade financeira. Esse trabalho deu-se início com a observação de hortaliças plantadas verticalmente, principalmente em garrafas pet, o que levou a refletir que era viável ter uma horta caseira com pouco espaço. Foram feitas pesquisas na internet de outras formas de plantio em pouco espaço. A professora da rede municipal de ensino de Novo Hamburgo, Eloíse Riegel Buss, que atua no Centro de Educação Ambiental Ernest Sarlet (CEAES), foi convidada para realizar uma palestra sobre horta em casa e também sobre compostagem (tema que despertou o interesse dos estudantes no transcorrer do projeto). Do ponto de vista prático, foram selecionadas quais estratégias de cultivos eram mais adequadas, quais os materiais estavam à disposição para confecção de recipientes para a horta e quais os espaços domésticos mais adequados para a instalação dos cultivos. Foram realizadas observações e registros escrito e fotográfico das etapas, e através da observação percebeu-se que algumas plantas cresceram bem, enquanto que outras morreram. Um pressuposto levantado seria de que o retardo no crescimento poderia ser devido à estação do ano em que as mudas foram plantadas, o inverno. Mais tarde houve troca de casa de uma das caixas da feira com plantas já em crescimento, e uma muda de alface acabou morrendo, e se formulou um novo pressuposto de que poderia ser a falta de sol que estivesse interferindo na falta de desenvolvimento de algumas plantas, uma vez que a primeira casa em que a caixa estava havia muito espaço no pátio, e portanto oferta de muita luz solar. O projeto ainda está em andamento, e novas mudas são plantadas, enquanto que as anteriores continuam recebendo cuidados. Neste pouco tempo de cultivo percebeu-se que é possível cultivar plantas hortícolas sem agrotóxicos, mesmo em pouco espaço, pois houve poucas perdas, e sempre é possível reiniciar, mesmo com pouco dinheiro, uma vez que as sementes e mudas compradas não apresentam alto custo, e ainda é possível a troca das plantas depois que elas gerarem mudas ou sementes.