O setor industrial que produz tintas é responsável por provocar impactos ao meio ambiente e à saúde, pois as tintas apresentam altos níveis de toxicidade sendo constituídas de Compostos Orgânicos Voláteis (COV’s). Estes compostos orgânicos são encontrados principalmente em tintas à base de solvente, vernizes e aditivos de pinturas e se caracterizam por ter no mínimo um átomo de carbono, um de hidrogênio e baixo ponto de ebulição fazendo com que se transformem em gás ao entrarem em contato com a atmosfera. Os COV’s além de serem encontrados nos solventes, também estão presentes nos destilados do petróleo, alguns pesticidas, vernizes, acetonas, revestimentos como carpetes e papéis de parede. Os compostos são lançados na atmosfera pela queima de combustíveis fósseis como, gasolina, diesel e querosene que são responsáveis pelo aparecimento de smog (neblina de poluição), além disso seus riscos à saúde podem ser desastrosos principalmente se a exposição ocorrer por um longo período e em alta concentração. Outro grande problema que encontramos é o descarte indevido da tinta no solo e nos bueiros, pois a tinta é absorvida pela terra, podendo assim atingir o lençol freático, que armazena grande volume de água. Ao descartar tintas, vernizes e solventes no solo, estamos correndo o risco de contaminá-lo, podendo levar até 300 anos para haver a descontaminação desse lençol. Já algumas pessoas acabam descartando nas pias ou bueiros, levando os descartes diretamente para a rede fluvial, tendo grande chance de contaminação dos cursos d’água, e, dependendo das condições, podendo gerar gases e até mesmo explosões. Levando em consideração todos esses problemas encontrados na produção de tintas e o Brasil ocupar um posto de 5º maior produtor de tintas do mundo, deve-se procurar uma maneira de fazer com que a produção de tintas seja menos nociva a saúde e ao meio ambiente, sendo de extrema importância para a saúde pública. Pensando nisso, o principal objetivo do projeto é produzir tintas atóxicas com a auxílio de extratos naturais e ainda buscar a incorporação de essências naturais que possam servir de estimulantes cerebrais de acordo com cada ambiente aplicado, minimizando reações como dor de cabeça após a sua aplicação. Para atender a esse objetivo, a metodologia baseou-se na extração dos pigmentos e a sua incorporação em uma liga natural não tóxica, a fim de imitar a viscosidade da tinta convencional. Até o momento, as tintas produzidas foram de: casca de beterraba, casca de cenoura, borra de café e cúrcuma e apresentaram resultados satisfatórios. Com isso, espera-se que os testes de eficiência e qualidade após a produção final das tintas identifique uma menor toxicidade, bem como a sua essência traga sensação de bem estar as pessoas expostas a ela em determinados espaços residenciais/ industriais. Palavras-chave: meio ambiente; COV’s; saúde; tintas atóxicas.