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Pegadas de stegossáurios – o enigma!

Resumo do projeto

As pegadas fossilizadas, como registo direto da atividade de seres vivos, fornecem informação sobre animais extintos que não pode ser procurada nos ossos e dentes, sobretudo quando estes são escassos ou inexistentes. A importância das pegadas como fonte de dados paleobiológicos e paleoecológicos é portanto insubstituível, mas a sua interpretação está sujeita a vários níveis de incerteza, incluindo a identificação dos autores. Um dos objetivos óbvios de qualquer icnologista é o de tentar correlacionar icnitos e prováveis autores – o “síndroma de Cinderela” (Lockley 2009). Mas esta associação de produtores com pegadas e pistas fossilizadas só pode ser realizada, com rigor absoluto, se encontrarmos o autor fóssil preservado no final da pista. O que, para os vertebrados, é desconhecido. Especialmente para um grupo de dinossáurios, os stegossáurios, esse grau de incerteza é ainda maior e desde há muito que os investigadores se referem às pegadas e pistas de stegossáurios como um “enigma” (Gierlinski e Sabath 2008). Em finais de 1997, no seguimento de prospeção das camadas calcárias do Jurássico final da Serra do Bouro à procura de pegadas, os nossos colegas do GP descobriram uma nova jazida, a que chamaram Bouro IV. Apesar de terem identificado mais de 200 pegadas, especialmente uma pista de um enorme saurópode, ficou no esquecimento. Em 2019 voltámos a «redescobrir» o local e durante o estudo dos exemplares, fomos descobrindo mais pegadas. Este trabalho centra-se na descrição, análise e interpretação de dois contra-moldes de pegadas que descobrimos em 2020 e 2021 (PBIV1 e PBIV2, armazenados na sala do Grupo de Paleontologia na nossa escola) e que provavelmente representam a passagem de 2 stegossáurios distintos, tentando ajudar a decifrar o tal enigma das suas pegadas. A grande pista do saurópode ficará para o próximo ano… Procedemos a uma revisão histórica dos eventuais tipos de pegadas de stegossáurios e avaliamos as diagnoses dos principais icnotaxa que os investigadores sugerem ter uma origem nos stegossáurios. Comparamos estas características com as dos nossos exemplares e com o registo icnológico de Portugal e global. Tentamos demonstrar a origem stegossauriana das duas pegadas. Entre as características diagnósticas destas pegadas tridáctilas dos pés, está uma mesaxonia muito fraca. Como não existe uma classificação numérica para a mesaxonia, elaboramos uma escala que propomos seja utilizada para todas as pegadas tridáctilas e que passe a diagnosticar também as pegadas dos stegossáurios. Com base nessas morfologias, realizamos algumas inferências de natureza paleobiológica. Comparamos as duas pegadas – PBIV1 e PBIV2- com os dois icnotaxa que todos os investigadores sugerem terem origem tireoforana e que a grande maioria sugere ter origem stegossauriana: Deltapodus e Stegopodus. E concluímos que ambos os icnotaxa estão presentes no Jurássico final do Bouro IV – o primeiro pé Deltapodus na região da serra do Bouro e a primeira pegada Stegopodus de Portugal, que é ao mesmo tempo o segundo exemplar do morfotipo muito assimétrico da Europa. E que pela primeira vez no mundo co-ocorrem na mesma superfície e local. Também comparamos PBIV1 e PBIV2 com o icnotaxon Garbinia, instituído por Salisbury et al (2016) para um produtor stegossáurio do Cretácico inferior da Austrália, com quem partilham algumas características, mas que se podem distinguir em vários aspetos.

Alunos

Rodrigo Vitorino
João Dias Diogo
João Grenho

Orientadores

Celestino Coutinho

Instituição

Agrupamento de Escolas de Paço de Arcos
Oeiras /
  Oeiras –  
  Lisboa –
  Portugal

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