Atualmente, os seres humanos produzem quantidades cada vez maiores de lixo. Segundo a Agência Brasil (2021), o Brasil produz cerca de 80 milhões de toneladas por ano, o que é um número 5 vezes maior do que a 10 anos atrás. Esse lixo se transforma em chorume por meio da decomposição. Os efluentes podem ser domésticos e industriais e normalmente são encontrados na forma líquida ou gasosa. Os meios como esse líquido é extraído no Brasil são precários e com uma eficiência extremamente baixa. Isso acaba causando um problema de sufocamento de nutrientes no qual o chorume acaba indo parar em afluentes, o que causa o processo de eutrofização. Os métodos de extração apenas retiram a matéria orgânica, porém, as substâncias inorgânicas, como os reagentes fosfato, nitrito e amônia continuam ainda no substrato e causam problemas como a poluição da água, sufocamento dos peixes e outros. Além disso, ainda existe os gases, que também se origina da decomposição do lixo no aterro, como gás carbônico e metano, que, ao serem liberados na atmosfera, são um dos principais agentes que causam o efeito estufa. Então foi pensando em um meio alternativo de tratar ambos os resíduos, foi pensado nas microalgas para isso. As microalgas são seres autótrofos e fotossintetizantes, portanto, utilizam nutrientes para se desenvolverem e gases para produzirem glicose, então, o objetivo principal do projeto é saber se as microalgas possuem capacidade para tratar o chorume e o biogás proveniente de um aterro sanitário. Para isso, foi construído um biodigestor, que produziria chorume rico em nutrientes e o gás carbônico proveniente da decomposição da matéria orgânica, o sistema foi montado em uma caixa de plástico de 38 litros e um cultivo foi acoplado à composteira por meio de mangueiras. Ao longo de 2 meses o cultivo foi acompanhado e tanto as células quanto os nutrientes presentes no aquário foram medidos, duas amostras eram separadas e esperadas para decantarem e as células eram medidas em uma câmara de Neubauer e os nutrientes medidos por meio de teste colorimétricos. Ao analisar os resultados foi possível notar que o cultivo chorume obteve um desenvolvimento parecido com o cultivo matriz, que possuía condições excelentes de nutrientes e gases para que as algas se desenvolvem, os nutrientes da água do cultivo chorume ao longo de três chegavam a praticamente zero e o número de células aumentava. Portanto pode-se concluir que as microalgas podem sim tratar o chorume e utilizar o biogás para realizar fotossíntese.