A crescente utilização de polímeros derivados do petróleo corrobora a preocupação global quanto ao descarte de lixo, justamente pelo fato de que grande parte desses materiais demoram centenas de anos para se degradar na natureza. A gravidade de tamanha poluição plástica no mundo pode ser evidenciada, por exemplo, por estudos acerca do Antropoceno, visto que se observa a presença e persistência desses resíduos em lugares e condições até então nunca vistas, como rochas, lençóis freáticos e tecido humano. Os polímeros biodegradáveis representam uma forma promissora de reduzir a quantidade de resíduos plásticos descartados, no entanto, o longo tempo de duração e os altos custos para os testes de biodegradabilidade existentes são empecilhos determinantes no desenvolvimento de novos polímeros biodegradáveis. A importância destes testes se deve não só a urgência de desenvolvimento de novos polímeros biodegradáveis, como também pela fiscalização de polímeros comercializados como biodegradáveis. Este trabalho propõe um novo método acelerado para este fim, baseado no uso da bioaumentação em solo com extrato de levedura. A investigação de métodos que sejam menos demorados engloba empenhos direcionados tanto ao aperfeiçoamento do método, quanto à aceleração do próprio processo de biodegradação de polímeros. Inicialmente, realizou-se análises microbiológicas a fim de quantificar os microrganismos presentes no solo, após, verificou-se três métodos de bioaumentação com diferentes fontes de nutrientes: sulfato de amônio e dihidrogenofosfato de potássio, extrato de levedura e caldo nutriente. Após analisar a curva de crescimento microbiológico, bactérias e fungos do meio, foi possível definir extrato de levedura e caldo nutriente como as de melhores desempenhos, com isto, estas fontes de nutrientes foram testadas quanto à produção de CO2, utilizando o respirômetro de Bartha, uma vidraria de baixo custo e fácil manuseio. Examinou-se a curva de CO2 deste teste e a fonte de nutriente escolhida para realizar o bioaumento em solo foi o extrato de levedura. Sendo assim, este foi empregado em uma bateria de teste de 28 dias, para avaliar o desempenho de diferentes níveis de bioaumento do solo na degradação de celulose microcristalina (CMC). Com isto, reduziu-se o período de teste de 45-180 dias, conforme ASTM D5338 e ISO 14855, para 28 dias. Pelos resultados obtidos, conclui-se que o método desenvolvido tem se mostrado promissor para a realização de testes acelerados, uma vez que a biodegradação da celulose microcristalina (padrão positivo) foi de 69,95% com o Solo 50% bioaumentado e 42,28% com o Solo Natural. A partir deste resultado, iniciou-se uma nova bateria, que está no seu 25° dia, testou-se nessa etapa CMC, Polihidroxibutirato (PHB) e Polipropileno (PP). Ao término desta bateria, inicia-se outra, a fim de testar a biodegradabilidade de plásticos comercializados como biodegradáveis no mercado: sacolas, copos e canudos plásticos. Este trabalho realiza todos os seus testes com respirômetros de Bartha, visando diminuição dos custos do método proposto. Além disso, todo o resíduo formado é de fácil tratamento, uma vez que o método proposto, diferentemente das normas, não utiliza bário nas análises, pois têm-se em vista que o Bário, mesmo em pequenas concentrações, é nocivo à saúde e ao meio ambiente, tornando-se um desafio para os processos de tratamento de efluentes, ademais possui alto valor de mercado. Bioaumentação; Biodegradabilidade; Polímeros;