O objetivo deste trabalho é analisar e discutir as representações de gênero nos filmes “A Pequena Sereia” (1989, 2023) da Disney. Esta pesquisa é importante para analisar se há mudanças nas questões de gênero e raça nos filmes/animações, visto que elas educam o público infanto-juvenil. Por exemplo, ainda há visões preconceituosas na sociedade, que são demonstradas em filmes/desenhos? Para analisar, utilizamos o conceito de gênero, utilizando-o para analisar as diferentes formas de ser homem e formas de ser mulher nos filmes citados. São comumente ditas coisas como: as mulheres devem ficar em casa, cuidar dos filhos, enquanto os homens devem trabalhar e ganhar seu próprio dinheiro. Filmes, imagens e propagandas são locais onde essas representações sobre gênero podem ser repetidas. Dessa forma, analisamos os dois filmes e anotamos a diferença de um para outro para, depois, compará-las. Por exemplo, verificamos como são representadas questões de gênero e raça na época do primeiro filme e no atual, verificando se as coisas continuam iguais. Da mesma forma, buscamos observar quais foram as modificações nas questões de gênero e raça nas duas produções. Nesse sentido, observamos algumas mudanças significativas, como: Ariel, no live action, é negra de pele clara, no filme ela salva o príncipe, as filhas do Rei Tritão possuem diversas etnias, assim como a mãe do príncipe é negra ocupa uma posição de poder. Ainda assim, outras questões importantes foram mantidas, tais como: o trabalho doméstico e de cozinha segue majoritariamente feminino, o padrão do corpo magro como atraente e desejável. Além disso, a vilã da história é retratada como gorda e “imperfeita”. Assim, quando Úrsula vira humana, entra no padrão dos outros personagens para ser considerada atraente: magra, cabelos longos. Assim, as pessoas gordas do filme são representadas como vilãs ou como alívio cômico, o cozinheiro real (no desenho) e a vilã. Da mesma forma, a magreza é representada como ideal para os personagens. Essas características de perfeição ou de imperfeição são atribuídas de modo a privilegiar formas de ser mulher e formas de ser homem nos audiovisuais.