Este trabalho trata da educação emocional masculina. O objetivo é compreender de que forma a educação emocional masculina pode servir como via de prevenção à violência contra a mulher. Escolhemos este tema porque nos dias de hoje, os homens ainda são muito agressivos nas relações afetivas. O Brasil registrou, em 2022, 1.410 casos de feminicídio (Núcleo de Estudos da Violência/USP). Acreditamos que a falta de educação emocional masculina contribui para esses índices e a raiz do problema deve ser investigada. Iniciamos com pesquisa bibliográfica para compreender o que é a educação emocional masculina e quais as consequências de uma criação machista e violenta. Em seguida realizamos pesquisa quantitativa com pais e com estudantes do 5º ao 9º ano da nossa escola, a EMEB Pres. Getúlio D. Vargas, em Novo Hamburgo. Depois, fizemos pesquisa qualitativa com um psicólogo para compreender porque os homens têm dificuldades para lidar com os sentimentos. Posteriormente, entrevistamos as coordenadoras dos grupos reflexivos de Gênero de Dois Irmãos, Sapiranga, Novo Hamburgo e São Leopoldo. Os referidos projetos do Judiciário trabalham com a reabilitação de homens agressores, trabalhando temas como masculinidade tóxica e violência nas relações. Os resultados desse modelo de trabalho têm sido positivos. Os grupos de Sapiranga e Novo Hamburgo zeraram a reincidência nos casos de agressão contra mulheres. Como resultados da nossa pesquisa quantitativa com os pais da escola, destacamos que 60% deles acreditam que seriam adultos mais tranquilos se tivessem sido criados com menos violência. Destes, 50% não tinham o pai presente ou ele era violento. Já 48% dos meninos da nossa escola acreditam que são tratados com mais violência do que as meninas. As meninas entrevistadas relataram que possuem mais tarefas domésticas do que os irmãos. Iniciamos um levantamento com os adolescentes da escola, a partir do sexto ano, para verificar como seria a participação deles em um coletivo de meninos. De um total de 63 estudantes do 6º ao 9º ano, 24 apresentaram interesse em iniciar o grupo. Iniciamos uma estratégia de divulgação do trabalho com a criação do Instagram do grupo e a distribuição de material impresso para os pais e meninos da escola. de Em seguida, iniciamos a organização do Coletivo de meninos. Concluímos que a educação emocional masculina pode, de fato, reduzir os índices de violência contra a mulher, por isso seguiremos tratando desta temática no ambiente escolar. Palavras-chave: educação emocional. saúde mental masculina. violência doméstica. educação.