Este projeto trata de uma pesquisa sobre a população LGBTQIAP+ e o preconceito sofrido por este grupo. Escolhemos este assunto porque percebemos que a homotransfobia afeta as pessoas e que a sociedade não tem conhecimento sobre as variações de gênero e sexualidade. Nosso objetivo é criar estratégias para tornar a escola um ambiente acolhedor e antidiscriminatório para a comunidade LGBTQIAP+. Para atingir nosso objetivo, iniciamos uma pesquisa bibliográfica sobre o assunto. Após, realizamos pesquisa qualitativa por meio de entrevista com variados membros do grupo estudado. Em seguida, fizemos pesquisa quantitativa e qualitativa com os estudantes de 6º a 9º ano da nossa escola e com seus responsáveis. Como resultados, destacamos que todos os entrevistados da comunidade LGBTQIAP+ sofreram algum tipo de preconceito, em forma de agressões verbais ou físicas. Os agressores foram, em alguns casos, membros da família. Todos afirmaram que sua identidade de gênero ou orientação sexual não foram escolha e que a autoaceitação foi um processo difícil. Nas décadas passadas, como este grupo não tinha garantido o direito civil de constituir família, muitas pessoas não expunham sua sexualidade. Os entrevistados transgêneros foram os que mais sofreram violência, uma vez que não havendo a adequação da documentação, a sociedade nega-se a aceitar a transgeneridade. Os membros da pesquisa consideraram que se houvesse maior espaço de discussão na escola, seu processo de aceitação poderia ter sido mais tranquilo, pois sentiam-se sozinhos. Na pesquisa com estudantes da nossa escola e seus responsáveis, percebemos que os jovens têm maior capacidade de aceitação se comparados aos familiares adultos. A maior parte destes não estudou o assunto e não têm interesse em conhecê-lo. Entretanto, os estudantes afirmaram que seus pais devem ter mais informações sobre o tema e que é necessário estudar questões de gênero e sexualidade na escola. Os entrevistados adultos negaram a existência de membros LGBTQIAP+ em suas famílias. Contudo seus filhos afirmaram que há membros desta comunidade em seus lares. Alguns estudantes relataram ter medo de tocar no assunto com os familiares, pois acreditam que podem sofrer agressões. As religiões praticadas pelas famílias podem agir como fator discriminatório, uma vez que maior parte dos entrevistados diz que não se toca no assunto em sua igreja, outra parte afirma que sua religião não aceita ou condena pessoas fora do padrão cis/heterossexual. A partir dos resultados da pesquisa, criamos uma estratégia de campanha contra a homotransfobia, para atingir estudantes, professores e comunidade escolar. Iniciamos a proposta com a criação de um perfil no Instagram que segue com divulgação frequente de informações sobre o projeto. Em seguida, promovemos uma palestra online com psicóloga para as famílias. Após, criamos material para apresentações sobre o tema – diversidade de gênero e sexualidade, contextualização histórica, legislação e preconceito. As palestras foram realizadas com estudantes e corpo docente de nossa escola e com adolescentes de outras escolas da rede municipal de ensino. Produzimos também material de divulgação – cartazes, adesivos e bottons, além de uma caixa de perguntas virtual. Por meio da pesquisa, aprendemos que identidade de gênero e orientação sexual não são escolha e que pessoas da comunidade LGBTQIAP+ sofrem ainda preconceito. Com nossas entrevistas, comprovamos que existe uma falta de conhecimento acerca do assunto e que os estudantes têm necessidade de conversar sobre o tema. Percebemos que crenças religiosas interferem no acesso às informações corretas. Concluímos que a desinformação leva ao preconceito, por isso promover uma educação acolhedora e antidiscriminatória faz-se de extrema importância na sociedade, sobretudo no âmbito da escola pública, que é universal e laica.