Quem imaginaria que nossa rotina e familiar mudaria tanto? Quando iniciou o isolamento social, até pensamos que seria por um tempo curto, mas estávamos enganados. Até curtimos no início, achamos que não seria algo tão difícil estar longe da escola, dos amigos, do trabalho. Usar a tecnologia a nosso favor parecia que iria facilitar e agilizar nossa vida. Foi assim que a pandemia nos trouxe esse “novo normal” e junto, veio a dependência da internet para quase tudo o que tínhamos para fazer. Este exagero gerou a INFODEMIA, que significa epidemia da informação, ou seja, “é a propagação de uma grande quantidade de informações por todo o mundo”. Esse excesso de informações, nem sempre verdadeiras, começou a se espalhar tão rapidamente que começamos a questionar em que realmente podemos acreditar? O que é verdade ou não sobre a Covid-19? Para dar respostas foram (e ainda são) gerados todos os dias, no mundo todo notícias que disparam informações, simultaneamente e nem percebemos o quanto nos afetam, fazendo surgir a INFOXICAÇÃO: junção das palavras informação + intoxicação, que se traduz no “volume de informação superior à nossa capacidade de processá-la”. Este termo foi criado em 1996, pelo físico espanhol Alfons Cornella que destacou os perigos que passamos quando não sabemos lidar com a quantidade exagerada de dados que recebemos de tantas fontes ao mesmo tempo, nos deixando ansiosos, pois nem absorvemos uma notícia e já temos outros dados complementares ou contrários ao que acabamos de ler, assistir ou ouvir. Por isso, especialistas no mundo todo orientam sobre os cuidados que devemos adotar ao consumo de notícias no dia-a-dia. É necessário cautela e equilíbrio. Afinal, quantidade jamais será sinônimo de qualidade, como afirma Mario Sergio Cortella: “Informação é base para o conhecimento, informação é cumulativa, conhecimento é seletivo”. É necessário conscientizarmos de que a necessidade de estarmos a todo momento atualizados com o que está acontecendo no mundo pode estar nos fazendo mal emocionalmente. Durante o isolamento social, muitas pessoas em suas tarefas remotas, começaram a reclamar de cansaço e estresse devido ao tempo que ficavam em frente aos computadores e celulares. Outras, sem paciência, ficaram angustiadas e até tristes. Aquela novidade acabou trazendo, junto às dificuldades, sentimentos como: tédio, medo, frustração, solidão, desânimo. Alguns destes, foram sendo percebidos em nossa Escola, nas aulas à distância, através dos resultados apresentados no desempenho e aprendizagem dos alunos, sendo um sinal de alerta pois, um número bastante significativo de alunos (e até alguns professores) estavam demonstrando um certo adoecimento emocional na saúde mental. De acordo com a OMS (Organização Mundial da Saúde), “saúde mental é um estado de bem-estar no qual o indivíduo é capaz de usar suas próprias habilidades, recuperar-se do estresse rotineiro, ser produtivo e contribuir com a sua comunidade”. Na tentativa de explicar o porquê desta situação alarmante, surgiram as hipóteses: Se não tivesse surgido a pandemia os problemas na saúde mental dos alunos/professores, teriam aflorado de tal maneira? Se não fosse pela necessidade da escola adaptar-se às aulas remotas as aulas continuariam da forma tradicional? Isto se manifestou de que forma, na aprendizagem de todos (alunos, professores e famílias)? Se, ao fim da pandemia os prejuízos da saúde mental, serão sentidos por muito tempo, na aprendizagem dos alunos? É de extrema urgência dar uma maior importância aos cuidados com a saúde mental por causa do impacto da pandemia sentido no dia-a-dia. Enfim, acreditamos que a conscientização é o ponto mais importante para alcançar o sucesso na recuperação dos sintomas e na minimização dos riscos que possam envolvem o adoecimento mental em busca de uma melhor qualidade de vida. PANDEMIA – INFODEMIA – INFOXICAÇÃO – SAÚDE MENTAL – QUALIDADE DE VIDA.