O tema do trabalho “O ensino de matemática na Região Sul como “despotencializador” de estudantes” é a percepção dos estudantes quanto ao ensino da matemática na educação básica da Região Sul do Brasil. O grupo percebeu que em seu cotidiano, há um notável número de pessoas que parece não gostar da área. Assim, a justificativa da pesquisa é a necessidade de compreender os motivos pelos quais existem estudantes na educação básica que possuem um distanciamento da matemática. Além disso, as implicações que isso tem no desenvolvimento cognitivo e social destes alunos instigou o desenvolvimento da pesquisa, tendo em vista como a matemática pode “potencializar” ou “despotencializar”, segundo Skovsmose, o aluno. Assim, o objetivo do trabalho é investigar os motivos pelos quais os estudantes não têm boa relação com a matemática, buscando descobrir se há carências nas concepções de ensino analisadas. Para isso, foi pretendido descobrir se há relação entre a percepção de que as aulas são entediantes e o desinteresse dos discentes e explorar como o incentivo dos professores pode influenciar o interesse deles. A metodologia do trabalho constitui-se em três etapas. Na primeira, o grupo fez um levantamento bibliográfico de livros e artigos sobre a Educação Matemática Crítica, analisou dados do PISA 2022 e estudou conceitos de Paulo Freire, José Moran e ideias da BNCC. Logo após, a segunda etapa foi composta pelo desenvolvimento e aplicação do questionário, utilizando a ferramenta Formulários Google. Feitas as regionalizações do trabalho, a saber: o nível de formação do público a ser analisado e a natureza em que estas escolas se enquadram (público ou privado), o questionário foi aplicado para 534 alunos de uma escola de ensino privado. Por fim, na terceira etapa do trabalho, ainda em andamento, o grupo analisou e relacionou os primeiros resultados obtidos com a bibliografia estudada, o que posteriormente compôs os resultados parciais da pesquisa. Após a análise dos dados do questionário e do referencial teórico, o grupo, por ora, pôde inferir que não há apenas um fator que faz os alunos não gostarem das aulas de matemática, visto que existem motivos que estão relacionados ou às aulas em si ou às características individuais do aluno. O primeiro fator é o modelo de educação matemática tradicional, entendido pelos autores como inadequado nas salas de aula, já que seu uso vai na contramão do interesse do aluno e seu aprendizado, baseado nos dados levantados no questionário. Além disso, o segundo fator analisado é a percepção da matemática como entediante, o que pode ser mitigado pelo uso de aulas práticas, relacionadas com o cotidiano, nas instituições de ensino, para gerar interesse e trazer benefícios na aprendizagem dos estudantes. Por fim, o último fator identificado é a relação professor-aluno. Uma boa relação entre os sujeitos do processo de ensino-aprendizagem é essencial para o estudante gostar das aulas. Desse modo, os autores entendem que os principais motivos pelos quais os estudantes não gostam das aulas de matemática são o modelo de educação tradicional, que gera tédio e afastamento dos estudantes, e os conflitos relacionados à relação professor-aluno. Para o futuro do trabalho, o grupo pretende ainda aplicar o questionário em escolas em contexto sociais e pedagógicos diferentes.