Tendo em vista a situação que nos encontramos, da suspensão das aulas em decorrência da Covid 19, vemos o quanto as crianças precisavam e precisam serem escutadas, através do corpo que fala e das diferentes linguagens que se apresentam, ainda mais em tempos de isolamento e distanciamento, sendo assim, ao observarmos as devolutivas dos mesmos, por meio de áudio, vídeos, e outras intervenções individuais e coletivas, Deste modo, o presente Projeto surgiu a partir do desejo de conhecer as crianças, suas singularidades, e desejos, sob uma nova ótica, pois em uma situação pandêmica e de distanciamento fomos desafiados de maneira avassaladora a (RE)pensar sobre a práxis pedagógica, a essencialidade da Escola e como fazer para fazer com que a escola, através do contato diário com professor se fizesse presente? Como criar de fato vínculo com este novo grupo de crianças? Os quais não conheciam a professora? Então escuta sensível em que de maneira desafiadora e assustadora tivemos que nos “adaptar” então, através do grupo da turma, percebemos o interesse das crianças por propostas as quais são desafiadas a criarem, descobrirem e explorarem o mundo a sua volta, portanto, parafraseando, o grande poeta das infâncias Manoel de Barros em seu Poema: “Meu quintal é maior que o mundo”, a professora o utiliza como inspiração para convidar as crianças, a olharem, investigarem e perceberem o “mundo” além das suas janelas”, “O mundo através da minha janela” / “minha casa é maior que o mundo”, aproveitando assim o momento que cada um se encontra em casa, para que este seja acessível, prazeroso, de trocas e aprendizagem, para este percurso como recurso potente e do cotidiano, recorremos a(s) janela (s), porta (s), ou quintal de cada casa ou apartamento, começando pela professora que através de um rolinho de papel higiênico, fez seu artefato de investigação, observando da janela do seu apartamento o céu -o artefato/ instrumento pode ser um binóculo, lupa, ou lanterna, o que vale é a imaginação!!. A proposta é um convite para que as crianças em suas famílias e realidades, possam de maneira libertadora, “olhar além dos muros”, servindo de certa maneira, como um refúgio, bálsamo, inquietação, busca ao novo ao desconhecido ou até mesmo, dar significado ao existente do seu entorno valorizando assim, as suas vivências, descobertas e percepção de mundo.