A equoterapia é um recurso cinesioterapêutico que vem conquistando espaço e credibilidade no Brasil por sua comprovada capacidade de melhorar o equilíbrio e o controle que o indivíduo tem sobre sua postura. O caminhar do cavalo provoca um deslocamento da cintura pélvica da ordem de 5 cm, nos planos vertical e horizontal, e uma rotação de 8 graus para um lado e para o outro. Cada passo do cavalo produz de 1 a 1,25 movimentos por segundo, ou seja, em uma sessão de trinta minutos, o cavalo terá produzido de 1.800 até 2.250 ajustes tônicos. A equoterapia é um dos tratamentos mais conhecidos e indicados para o tratamento de indivíduos com encefalopatia crônica não progressiva da infância, mais conhecida como paralisia cerebral, uma lesão permanente e não progressiva do sistema nervoso que está em desenvolvimento. No ano de 2019, foi aprovada, no Brasil, a Lei 13.830, que reconhece a equoterapia como um método que utiliza o cavalo em abordagem interdisciplinar nas áreas de saúde, educação e equitação voltada ao desenvolvimento biopsicossocial da pessoa com deficiência. No mesmo ano, foi criado o Projeto de Lei 3446/19, que, se aprovado, vai obrigar o Sistema Único de Saúde (SUS) a fornecer a equoterapia como recurso terapêutico quando o indivíduo tiver prescrição médica. O objetivo da presente pesquisa é identificar quais os efeitos da equoterapia no tratamento de indivíduos portadores de paralisia cerebral. Tendo isso em vista, a metodologia desta pesquisa foi dividida em três partes. Inicialmente, foi realizada uma pesquisa bibliográfica em artigos científicos, livros e sites que possuem informações relacionadas ao tema do trabalho. Na segunda parte, foi elaborado um questionário com 6 perguntas no programa “Google Forms”, respondido por 12 famílias de indivíduos praticantes que possuem paralisia cerebral e frequentam uma equipe de equoterapia da Zona Sul de Porto Alegre/RS há três meses ou mais. A própria equipe de equoterapia enviou o questionário para os entrevistados por meio do aplicativo “Whatsapp”. A terceira parte da metodologia será composta por entrevistas com profissionais que atuam na área da equoterapia, visando entender um pouco mais sobre como funciona o processo de adaptação, escolha do cavalo, e também para entender qual a visão desses profissionais sobre os efeitos que a equoterapia pode promover quando utilizada como forma de tratamento para indivíduos portadores de paralisia cerebral. A partir da análise das respostas do questionário, observa-se que 100% dos participantes afirmam que o filho(a) se sente mais motivado e gosta de realizar equoterapia, além de afirmar que houve uma evolução tanto psicológica quanto motora desde o início do tratamento. As entrevistas estão na fase de aplicação, sendo que três delas já foram realizadas. A partir da análise das entrevistas, é possível perceber que os profissionais entrevistados têm uma visão muito semelhante a das famílias que responderam o questionário anteriormente, e afirmam que a equoterapia vai trazer diversos benefícios para as pessoas com paralisia cerebral, além de beneficiar qualquer um que for praticar, independente da condição e idade. Como perspectivas futuras, tem-se a comunicação com mais centros de equoterapia pelo Brasil, para aumentar o número de famílias alcançadas pelo questionário, e a realização de mais entrevistas com profissionais. Além disso, foi enviado um contato à ANDE-BRASIL, por e-mail, a fim de sondar o interesse da instituição em participar da pesquisa. A expectativa é que a colaboração da ANDE-BRASIL permita embasar ainda mais os resultados do estudo.