A pesquisa intitulada “Pesquisando plantas e fungos” da turma Jardim IIA objetiva proporcionar vivências de observação e experimentação a partir de interações diversas, com propostas investigativas sobre o crescimento de inúmeras plantas. Também objetiva-se aproximar a comunidade escolar dessas descobertas e relevâncias do contato da criança com a natureza e suas pluralidades. A metodologia é de caráter exploratório, em que o andamento vai ocorrendo conforme o processo de observação, investigação e interação, baseando-se nas especificidades dessa faixa etária. Os recursos utilizados são a pesquisa na internet, o próprio diálogo, registros digitais e reencaminhamento das propostas. Esse projeto surgiu no ensino remoto, com a problematização de como se desenvolve uma batata-doce na água, então, as crianças foram convidadas a observar o crescimento dessa leguminosa. Essa proposta rendeu inúmeras devolutivas pelo WhatsApp e por diálogos pelo Google Meet, com descobertas a partir do olhar das crianças sobre cada etapa de desenvolvimento. O trabalho continua presencialmente, pois devido ao êxito desse projeto também foi plantado um alho na água. Dessa nova proposta surgiu um estudo sobre fungos. Para compreender o que é fungo, a turma observou a decomposição de uma maçã, escolhida porque as crianças viram um buraquinho nela e não quiseram comer, pois segundo elas, estaria estragada. Assim, foi-se registrando diariamente a decomposição da maçã e o surgimento do mofo. As crianças viram todo o processo, desde o estado físico da fruta diminuindo de tamanho até o aparecimento de uma larva, quando foi questionado qual seria esse animal. O descarte da maçã foi feito na composteira da escola e as sementes foram plantadas em um potinho. Também tem cebola e chuchu nesse espaço de experimentação. As crianças foram aprofundando o assunto por meio de construções de hipóteses e observações de novas experiências, como os fungos no pão caseiro e no tomate. Assim como também a problematização de onde encontramos os fungos, na árvore, na parede, na roupa, no chão ( os cogumelos), e outros lugares. As crianças passaram a identificar espontaneamente a presença do objeto de estudo em diferentes lugares . As plantas, além do próprio processo de cultivo, tornaram-se um momento de investigação científica para a turma. Não é apenas plantar, mas observar, criar hipóteses, questionar, dar novos rumos. Segundo o Guilherme, que define muito bem a pesquisa, “Estamos fazendo microspiação e lupiação”, pois todo o processo de desenvolvimento é observado minuciosamente com lupa e microscópio. A palavra experiência tornou-se presente no cotidiano do Jardim IIA. Algumas dessas plantas já foram transferidas para a terra e se tornaram as primeiras plantas da horta da escola, e essa pesquisa potente segue para novas descobertas. O tomate, que foi escolhido por último pela turma, surgiu com perguntas como: “Nasce broto no tomate?” e “O tomate dá para plantar na água?”. Essa pesquisa vem ampliando o repertório investigativo e traçando o conhecimento científico da turma, a partir das suas vivências. Avaliamos que esse trabalho respeita as pluralidades infantis, os espaços e tempos dinâmicos do cotidiano e a pratica pedagógica permeada de vivências significativas, procurando compreender as diferentes formas de ações com a natureza e o pertencimento à mesma. Envolvendo as crianças ativamente no processo de pesquisa instigando a curiosidade inata que elas possuem e transformá-la num sujeito protagonista no processo da construção do conhecimento.