A acidificação dos oceanos é um dos principais problemas ambientais provocados pelo efeito estufa, visto que grande parte do dióxido de carbono atmosférico é absorvido pelo o mar. Essa absorção provoca reações químicas que acidificam a água podendo prejudicar a sobrevivência de organismos marinhos, como as diatomáceas. Compreender as condições ideais para a sobrevivência das diatomáceas é vital para garantir a saúde dos ecossistemas marinhos.
Assim, tem-se como objetivo geral do trabalho avaliar os efeitos do pH em duas diatomáceas, sendo elas Skeletonema costatum e Asterionella glacialis, através de uma simulação, utilizando meio Guillard, onde as microalgas foram submetidas a pH’s 8,45 (ideal), 7,02 e 6,19, para verificar os impactos de acidificar o seu meio, essas microalgas foram obtidas no Banco de Microrganismos Aidar & Kutner – BMAK. Além disso, foram feitas coletas de água em dois pontos distintos, Estuário Tramandaí/Imbé e mar de Cidreira. A partir daí, foram realizadas diversas análises para verificar quais são os parâmetros existentes no ambiente natural das diatomáceas, como: pH, condutividade, salinidade, clorofila, feofitina, fósforo reativo, oxigênio dissolvido, análise potenciométrica e Disco de Secchi.
Na primeira coleta houve variação do pH do mar em comparação com o estuário, sendo este mais ácido. Já na segunda coleta, ambos pH´s ficaram parecidos visto que a maré estava enchente, ou seja, a água do mar estava adentrando o estuário. Pelo mesmo motivo, a condutividade e a salinidade do mar e do estuário na coleta dois foram bem próximas, enquanto na coleta um tiveram bastante diferença, pois o mar apresentou maior salinidade e condutividade que o estuário. Os resultados de oxigênio dissolvido e fósforo reativo ainda estão sendo analisados.
Na segunda coleta da água do mar, observou-se uma redução significativa na quantidade de clorofila em comparação à primeira. Essa queda indica possíveis alterações na atividade biológica marinha e pode também estar relacionado à diferença de marés.
Na análise potenciométrica da primeira coleta, o tampão do mar apresentou valores de pH em torno de 6 a 7, enquanto o do estuário foi observado em torno de pH 3. Na segunda coleta, os tampões do mar e do estuário mostraram comportamentos semelhantes, devido à maré enchente.
Na simulação, a Asterionella glacialis obteve maior desenvolvimento no pH 6,19, pois a concentração média de clorofila foi 1774,872µg/L, enquanto o meio ideal teve o menor desenvolvimento, com concentração média de 582,714µg/L. Com relação a Skeletonema costatum, seu pH de maior desenvolvimento também foi o pH 6,19, pois a concentração média de clorofila foi de 933,768µg/L. Nos pH´s 8,45 e 7,02 as concentrações de clorofila foram parecidas, sendo de 717,255µg/L e 716,364µg/L, respectivamente. Não é possível afirmar que o mesmo aconteceria no mar pois o ambiente da simulação foi totalmente controlado. Entretanto, vale ressaltar que embora a reprodução abundante de microalgas possa parecer positiva, nem sempre indica um cenário saudável. O crescimento excessivo pode causar desequilíbrios graves nos ecossistemas, como por exemplo, levar as microalgas a competirem por luz e nutrientes. Essa competição pode ser prejudicial para as mesmas a ponto de levá-las à morte.
Palavras-chaves: Acidificação, Oceano, Diatomáceas