A pesquisa tem como objetivo analisar a maneira que estão sendo aplicadas as propostas do novo ensino médio através de pesquisas qualitativas de forma exploratória dos currículos de aprendizagem das escolas públicas e privadas da zona norte de Porto Alegre, tendo em vista a possível defasagem que vem sendo apresentada, buscando assim, descobrir a relação do ensino anterior e atual. Com base nas análises dos currículos, foi possível perceber o impacto do novo ensino médio na vida dos jovens e de profissionais da educação em relação aos conteúdos apresentados, além de encontrar as diferenças existentes entre os colégios públicos e privados no antigo e novo ensino médio. A metodologia aconteceu em duas etapas: inicialmente o levantamento dos Programas de Ensino do Novo Ensino Médio das escolas públicas e privadas da região norte de Porto Alegre, a partir dos quais fizemos o levantamento de dados de como estão organizados, estruturando-os em: quadro 1 (escola privada “A”) e quadro 2 (escola pública “B”); posteriormente, foi realizado um questionário via Google Forms com professores de escolas selecionadas pelo grupo, onde houveram perguntas para compreender o nível de satisfação dos educadores com o NEM. A análise comparativa dos quadros 1 e 2 revela mudanças significativas no aprendizado dos estudantes com a implementação do Novo Ensino Médio (NEM). No Quadro 1, observou-se uma redução drástica nos períodos semanais dos componentes curriculares, especialmente nas Ciências da Natureza e Ciências Humanas. Língua Portuguesa foi menos afetada. Na Escola “B”, a matriz curricular sofreu alterações, com redução na carga horária das disciplinas básicas e aumento do tempo para disciplinas de Itinerários Formativos. A escolha dos Itinerários Formativos varia entre as escolas. A Escola “A” escolhe itinerários baseados na equipe institucional, enquanto a Escola “B” segue um padrão da rede pública de Porto Alegre. A Escola “A” preferiu itinerários de Linguagens, enquanto a Escola “B” não selecionou componentes de Ciências da Natureza. Já na análise do questionário para professores, foram identificados três perfis: não preparados, parcialmente preparados e preparados. Professores não preparados relataram falta de materiais e formação; parcialmente preparados mostraram algum conhecimento; e preparados estavam bem adaptados ao NEM. As Ciências da Natureza foram a área com maior déficit, refletido tanto na redução de períodos quanto na preparação dos professores. As áreas de Ciências Humanas e Linguagens tiveram respostas mistas, e Matemática foi melhor classificada. No geral, professores de redes públicas se mostraram tão preparados quanto os de redes privadas. Por fim, concluiu-se que a implementação do Novo Ensino Médio trouxe mudanças significativas nas cargas horárias e abordagens curriculares, com impactos variados nas diferentes áreas do conhecimento. Ciências da Natureza e Ciências Humanas foram as mais afetadas, enquanto Língua Portuguesa manteve sua carga horária. As escolas adotaram estratégias distintas para selecionar os Itinerários Formativos, refletindo a falta de um padrão unificado. A preparação dos professores também variou, com muitos se sentindo inadequadamente preparados, especialmente em áreas com maior déficit de períodos. Contudo, surpreendentemente, os professores de instituições públicas demonstraram um nível de preparação comparável ao de seus colegas em escolas privadas. Por fim, essas observações apontam para a necessidade de apoio contínuo aos educadores e ajustes no currículo para minimizar os déficits nas áreas mais afetadas. Palavras-chave: Novo Ensino Médio; currículo; educação