Pesticidas e fertilizantes artificiais têm provocado consequências devastadoras para o meio ambiente e para a nossa saúde, a exemplo da contaminação do solo. Diante do contexto apresentado, na busca por uma alternativa de remediação de poluentes residuais decorrentes do uso de agrotóxicos, se utilizando de agentes biológicos, esta pesquisa tem como objetivo avaliar o potencial metabólico de espécies fúngicas em meio tóxico – solo contaminado com os agrotóxicos Curbix (Bayer), Kyojin e Aldicarb e seus produtos de degradação -, por meio da contribuição dos fungos Rhizopus stolonifer e Aspergillus flavus nos processos de biodegradação em laboratório. Para alcançar tal objetivo, foram utilizadas as seguintes metodologias: Coleta e Codificação das Amostras de Solo; Análises físico-químicas das amostras de solos; Produção in vitro dos fungos Rhizopus stolonifer e Aspergillus flavus; Análises do crescimento micelial das linhagens em meio tóxico; Ensaios de degradação biológica dos agrotóxicos em microcosmos. Por meio destes procedimentos, chegou-se aos seguintes resultados: Aspergillus flavus apresentou maior crescimento em 10 dias, com as respectivas taxas de 90%, 88% e 85% na presença de solo contaminado com agrotóxico. Já quanto ao Rhizopus stolonifer, o crescimento respectivo na presença de solo contaminado foi de 75%, 78% e 79% em 10 dias. De maneira geral, pôde-se perceber que as linhagens obtiveram um padrão ascendente de crescimento, demonstrando assim, sua adaptação frente aos inseticidas em estudo. A cinética de crescimento revelou que a linhagem da espécie Aspergillus flavus apresentou maior crescimento no oitavo dia de observação na concentração de 40 µg/ml. Esse resultado sugere que há um estímulo para produção enzimática nas maiores concentrações, demonstrando, assim, que é possível o biotratamento sustentável de áreas contaminadas por agrotóxicos através da micorremediação com os fungos Rhizopus stolonifer e Aspergillus flavus. Quanto à produção de aflatoxinas pela espécie A. flavus, não se apresentaram riscos significativos em razão da ação mútua entre a espécie e os agrotóxicos; neste caso os agrotóxicos estudados inibiram a formação das toxinas no processo de quebra das moléculas. Para a obtenção de resultados mais precisos, também podem ser realizados ensaios com intervalos menores entre diferentes concentrações do agrotóxico, utilizando maior número de coletas com maior suplementação. Conclui-se, portanto, que este resultado pode ser aplicado na produção de um biorremediador biológico que não cause prejuízos ao agricultor, aos consumidores e ao meio ambiente, com estudos posteriores em melhores condições de teste. Palavras-chave: agricultura, fertilizantes, agrotóxicos, fungos, biorremediação, sustentabilidade.