INTRODUÇÃO: No final de 2019, um novo coronavírus infectou milhões de pessoas em todo o mundo, o que desencadeou uma crise de saúde pública e causou impactos negativos na economia e na sociedade devido à falta de diretrizes necessárias. A carência de vacinas e tratamentos eficazes gerou a necessidade do uso de medicamentos sem evidências científicas. Além disso, os hospitais enfrentaram ameaças de desabastecimento e a alteração de sua rotina para um melhor atendimento, impactando os serviços de Farmácia Hospitalar e toda organização dos profissionais de saúde. OBJETIVOS: Investigar os serviços de Farmácia Hospitalar em hospitais públicos do estado do Rio de Janeiro durante a pandemia. Além disso, trazer alternativas e planos cujas ações facilitem a rotina dos farmacêuticos. MÉTODOS: Foi desenvolvido um estudo transversal, baseado em levantamento de dados, realizado com farmacêuticos que atuam em hospitais do Rio de Janeiro. O projeto foi submetido ao Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) do IFRJ (CAEE 36505020.3.0000.5268, parecer no 4.282.389) e todos os participantes assinaram o termo de consentimento livre e esclarecido. A descrição do projeto foi enviada a hospitais públicos de médio e grande porte do RJ. Participaram da pesquisa os seis hospitais cujos Diretores forneceram o termo de anuência institucional. O instrumento de coleta composto por vinte e duas questões, foi elaborado baseado em outros instrumentos já existentes e publicados, dentro da temática do projeto. Os questionários foram aplicados durante o período de 15 a 30 de setembro de 2020. Buscou-se informações de como os serviços foram reestruturados para atender ao tratamento dos pacientes com COVID-19. Todos foram contactados por e-mail e a pesquisa realizada de forma on line empregando o Google Formulários. RESULTADOS: Foi observado que 12 dos 20 farmacêuticos participantes foram treinados sobre novos protocolos e práticas. Dois hospitais reorganizaram sua equipe da farmácia hospitalar em dois grupos: (1) gestão de insumos para COVID-19 e (2) gestão de insumos para outras doenças ou complicações. Foi encontrado que 3 dos 6 hospitais adotaram exclusivamente um sistema de prescrição médica eletrônica e todos os seis utilizaram sistema de dispensação individualizada. Pelo menos, um farmacêutico de cada hospital relatou falta ou escassez de um ou mais medicamentos utilizados no tratamento da COVID-19. Seis principais causas para essa escassez de medicamentos foram citadas e 5 hospitais apontaram duas delas: aumento do custo de produção e quantidade insuficiente de matéria-prima. Além disso, observou-se que medicamentos essenciais para UTI, como ceftriaxona, azitromicina, fentanil e midazolam foram os mais prescritos, sendo esses citados por 5 hospitais. Foi elaborado e enviado um protocolo de “consulta” para os farmacêuticos participantes, onde suas respostas foram compiladas e organizadas, de acordo com os diferentes tópicos abordados no questionário. CONCLUSÃO: Neste trabalho, constatou-se a necessidade de reajustes e alterações na rotina e no serviço da farmácia hospitalar, durante a primeira onda da COVID-19, nos seis hospitais participantes. O presente estudo, além de ajudar a comunidade farmacêutica participante, pôde através de sua publicação como artigo científico, alcançar outros farmacêuticos e profissionais de saúde. Palavras-chave: ASSISTÊNCIA FARMACÊUTICA, INFECÇÕES POR CORONAVÍRUS, ARMAZENAMENTO DE MEDICAMENTOS, FARMÁCIA HOSPITALAR.