O Rio Grande do Sul é o maior produtor de uva e derivados do Brasil, sendo responsável por 50% da produção da fruta e 90% da produção de sucos e vinhos. Os resíduos provenientes das indústrias vitivinícolas são ricos em compostos fenólicos e gerados em grandes quantidades, representando até 30% do peso total da uva processada. 50% dos corantes têxteis não são fixados nas fibras dos tecidos, o restante é descartado. Quando descartado sem tratamento causa inúmeros danos ao meio ambiente e a sociedade, causando elevação da toxicidade da água, impedindo o processo de fotossíntese e alterando a vida aquática. Com isso Este projeto tem como objetivo otimizar a produção de celulose bacteriana a partir dos resíduos agroindustriais oriundos do processamento de vinho para usá-lo como adsorvente de efluentes têxteis. Foram produzidas celuloses bacterianas a partir do resíduo agroindustrial do vinho, de uva tinta Merlot, utilizando-se um planejamento fatorial 2³ com metodologia de superfície de resposta. As celuloses bacterianas foram testadas quando às suas espessuras, rendimento, Stress, alongamento à ruptura e Módulo de Young. As celuloses bacterianas apresentaram resultado superiores quando comparadas à literatura, apresentando índices de 17,23 Mpa referente ao Stress. Para sua aplicabilidade, as melhores celuloses foram colocadas em contato com solução do corante sintético índigo carmim. A solução, com as celuloses, permaneceu por 24 horas em agitação. Após, foi realizada a leitura em espectrofotômetro. Todas as amostras apresentaram resultados de remoção do corante, próximo ou acima, de 90%. Sendo assim, o projeto mostra relevância ambiental, social, científica e tecnológica ao utilizar resíduos agroindustriais da uva em processos biotecnológicos para o tratamento de efluentes têxteis, custando somente R$0,23. Ademais, atinge 8 dos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU.