Conforme estimativas feitas pela Organização Mundial da Saúde (OMS), a cegueira afeta cerca de 39 milhões de pessoas no mundo. Já no Brasil, de acordo com o cálculo feito pela entidade, baseado nos índices do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), pouco mais de um milhão e meio de brasileiros possuem cegueira. Ainda de acordo com a OMS, no mundo são 246 milhões de pessoas com perda moderada ou severa de visão. Em relação ao Brasil, no último censo feito pelo IBGE em 2010, constava que mais de seis milhões de pessoas possuíam baixa visão ou visão subnormal. As pessoas com deficiência visual grave (cegueira) têm a bengala como principal auxiliar na sua locomoção diária, mas devido às ruas e calçadas irregulares e a existência de obstáculos que não são detectáveis pela bengala, ela acaba não sendo totalmente eficaz, e os usuários desse artifício podem acabar sofrendo lesões. Além da bengala, também se utilizam cães-guia, que treinados desde filhotes, aprendem a identificar e desviar dos mais diversos obstáculos que possam atrapalhar o percurso ou causar lesões na pessoa que está sendo guiada por eles, tornando-se assim o meio mais seguro para servir como auxílio aos cegos. O preço de um cão-guia é muito alto, no ano de 2018, o valor médio de um animal desta função era de R$35 mil. Além do alto preço, a quantidade dos animais também não é muito grande, sendo que no mesmo ano citado anteriormente, havia cerca de 150 cães guias em todo território brasileiro. Além disso, o tempo de espera por um cão-guia pode chegar a três anos, e pelo fato de ser um animal, ele possui um tempo de serviço de cerca de oito anos antes de se aposentar da sua função. Uma solução para os problemas citados anteriormente é o desenvolvimento de dispositivos que possam substituir o cão-guia como meio seguro para o auxílio na locomoção diária de deficientes visuais de baixa visão ou completamente cegos, como por exemplo um cão-guia robô, que já existem no mercado. No entanto, os modelos existentes de cães guia no mercado ainda possuem um custo relativamente alto. Em “As Condições da Saúde Ocular no Brasil 2019” feito pelo Conselho Brasileiro de Oftalmologia em 2019, afirma que 90% dos casos de cegueira ocorrem em locais de média e baixa renda, tornando a ideia de desenvolver um cão guia eletrônico de baixo custo mais importante ainda, pois as pessoas de média e baixa renda não possuem condição de possuir um cão-guia robô que custa milhares de reais. O protótipo será desenvolvido a partir de quatro motores CC de 5V, dois módulos ponte H L298N, cinco sensores de distância ultrassônicos HC-SR04, um módulo de gravação e reprodução de voz ISD1820, sendo todos controlados por um arduino Uno R3. Toda parte de programação será feita em linguagem C ++ (linguagem do arduino), e todo o processo de coordenação do protótipo será realizado pelo microcontrolador do arduino. Palavras-chave: Cegueira, baixa renda, cão-guia, cão-guia robô.