A araucária, árvore presente em todo o território do bioma de Mata Atlântica, principalmente em clima subtropical, é a produtora de um dos alimentos mais populares na alimentação típica da região Sul do Brasil: o pinhão. Além de consumida, majoritariamente, pelos habitantes da região, a semente das araucárias serve como fonte de renda para agricultores com pequenas propriedades, que acabam, durante a safra – essa ocorre durante os meses de abril a agosto – sendo prejudicados pela incidência de pragas sobre as araucárias, cuja procura e o investimento na proteção são baixos. A Cydia araucariae, conhecida popularmente pelo nome de broca-do-pinhão, é considerada a principal praga incidente sobre as pinhas, podendo danificar as sementes desde o período de germinação. A oviposição realizada pelas larvas adultas é um polarizador do problema, que pode diminuir drasticamente os lucros de pequenos produtores. Ainda não existem medidas totalmente eficientes de controle da praga, fazendo necessária a busca por estratégias alternativas de controle, como a utilização de óleos essenciais – compostos químicos voláteis extraídos de plantas, que vêm representando uma cultura crescente na agricultura biologicamente correta. O presente projeto teve como objetivo avaliar a atividade repelente ou tóxica dos óleos essenciais de Cymbopogon citratus, conhecido como capim-limão e de Artemisia absinthium L., também chamada de losna, sobre pinhões que apresentavam aspectos de ataque da larva. Para tanto, a metodologia utilizada durante o período foi uma pesquisa experimental por meio do efeito de fumigação, através do qual se realizaram dois testes – correspondentes aos óleos essenciais selecionados – nos quais foram utilizadas as seguintes concentrações: 0,1%, 0,5%, 1,0%, 1,5% e 2,0% de óleo essencial, além de 100 mL de água e polisorbato 80, emulsificador para dissolução (foi produzida, ademais, uma amostra que contou apenas com a adição de água e emulsificador). Os resultados foram coletados após onze dias de observação diária, e obtiveram-se estatísticas positivas em relação aos testes com o óleo essencial de Cymbopogon citratus. Foram identificadas, no total, 15 larvas Cydia araucariae mortas, além de 4 indivíduos no estado pupal e 3 mariposas. Com o composto com óleo essencial de Artemisia Absinthium L., os resultados foram menos expressivos, entretanto, positivos, foram encontradas 11 larvas mortas e 2 em estado de pupa. Através da análise econômica realizada, foi possível estabelecer que a utilização do óleo essencial de capim-limão seria economicamente viável como método de controle e proteção biológica sobre as sementes das araucárias. Palavras-chave: broca-do-pinhão, capim-limão, losna, araucárias, fumigação.