A hipersensibilidade auditiva é uma característica comum do Transtorno do Espectro Autista (TEA) e pode causar desconforto, ansiedade e impactos negativos no bem-estar emocional e acadêmico das pessoas com TEA, conforme definido no DSM-5. A sirene utilizada nas escolas, devido ao seu alto volume e intensidade, pode ser particularmente prejudicial para os alunos com TEA. Portanto, a implementação de um sistema de aviso personalizado, levando em consideração as características individuais das crianças autistas, é crucial para reduzir o desconforto sonoro e criar um ambiente mais adequado às suas necessidades. Promover a inclusão educacional é uma prioridade, e isso implica adaptar os ambientes escolares às necessidades específicas das crianças autistas, conforme enfatizado pelo DSM-5, OMS e SNA. A substituição da sirene atual por um sistema que não cause desconforto sonoro visa criar um ambiente seguro e acolhedor, garantindo a igualdade de oportunidades educacionais para todos os alunos. A origem desse problema surgiu através da professora Joselda, que também atua como nossa coorientadora. Ela leciona na Escola Municipal de Ensino Fundamental 28 de Fevereiro e é intérprete de libras de um aluno do período noturno da Fundação Escola Técnica Liberato Salzano Vieira da Cunha. A professora trouxe à nossa atenção o fato de que a sirene da Escola 28 de Fevereiro, devido ao seu alto volume e intensidade, causava desconforto em alunos com Transtorno do Espectro Autista (TEA). Alguns desses alunos sentiam medo, cobriam os ouvidos e, em alguns casos, entravam em crises devido à hipersensibilidade auditiva. Diante desse problema, estabelecemos nosso objetivo: desenvolver um dispositivo eletrônico capaz de alterar a sirene da Escola Municipal de Ensino Fundamental 28 de Fevereiro, de forma que não cause mais desconforto aos alunos com transtorno do espectro autista. Nossa pesquisa segue um processo dividido em quatro etapas fundamentais: Levantamento de Dados Pré-Mudança do Sistema: Nesta fase, realizamos análises comportamentais dos alunos com TEA e coletamos informações com base na memória dos professores sobre a adaptação desses alunos à escola antes da implementação do novo sistema; Desenvolvimento do Sistema: Na segunda etapa, concebemos e elaboramos o sistema, incluindo a seleção dos componentes e dispositivos necessários, bem como a programação do microcontrolador; Criação do Protótipo: Com o sistema desenvolvido, avançamos para a construção do protótipo, que inclui uma placa de circuito impresso e um gabinete próprio. O protótipo foi projetado para mostrar o dia da semana, horário atual, alarmes definidos e permitir a edição desses parâmetros, além de fornecer uma música de sirene personalizada; Testes, Análises e Ajustes: Na quarta etapa, o protótipo é submetido a testes práticos. Os dados obtidos são analisados e, se necessário, realizamos correções e ajustes no sistema. Até o momento, concluímos a análise de dados pré-mudança do sistema e implementamos um dispositivo funcional. Esse dispositivo inclui uma placa de circuito impresso e um gabinete próprio, com os horários atuais da escola programados, exibição do dia da semana, horário atual, alarmes definidos e capacidade de edição desses parâmetros. O dispositivo é conectado a um amplificador localizado na secretaria da escola, que é responsável por enviar recados para os alunos por meio de caixas de som instaladas em toda a instituição. Nossos resultados indicam que a implementação deste sistema personalizado pode resolver o problema do desconforto causado pela sirene anterior, contribuindo desta maneira para um ambiente mais inclusivo e adaptado às necessidades dos alunos com TEA.