Os plásticos se tornaram indispensáveis no cotidiano, o que resultou em um aumento contínuo, tanto na produção como no descarte inadequado. Esse cenário torna essencial uma compreensão mais profunda dos processos degradativos e possíveis soluções para o problema da poluição plástica. Essa pesquisa explora os impactos ambientais que esses materiais podem desencadear, com foco na degradação de filmes plásticos e nos efeitos da radiação ultravioleta em suas propriedades, bem como a interferência de aditivos oxibiodegradáveis nesse processo, em conformidade com os objetivos 12, 13, 14 e 15 de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Organização das Nações Unidas, que têm foco na preservação do meio ambiente e do clima. Para isso, amostras plásticas de polietileno convencional (PE) e aditivado (PE oxibiodegradável) foram expostas à radiação UV e após submetidas a análise estrutural via espectroscopia de infravermelho e determinação do teor de gel. A exposição à radiação foi feita naturalmente por 518 h e artificialmente por 310 h para analisar suas diferenças, e a análise do teor de gel foi realizada com a submissão em duplicata de amostras envoltas por malha de aço em refluxo com xileno e aditivo antioxidante por 12h. O xileno solubiliza a fração termoplástica dos filmes, mas não a fração reticulada devido à radiação. O antioxidante impede posterior reticulação dos polímeros durante o experimento. Resultados obtidos na espectroscopia demonstraram que houve formação de pico de carbonila no PE aditivado exposto ao intemperismo, indicando que ocorreram reações de oxidação nas cadeias, isto é, processo degradativo. Entretanto, a amostra convencional não apresentou mudança estrutural. A análise do teor de gel indicou formação de 8,81% de reticulado na amostra PE oxibiodegradável exposta ao UV natural e 13,21% no UV artificial, acima do limite máximo indicado pela norma, que é de 5%. Em contraste, o PE convencional apresentou 1,56% de gel para a exposição ao UV natural e 4,77% na exposição artificial. Por fim, a análise visual das amostras expostas demonstrou que a amostra PE oxibiodegradável se desintegrou em pequenos fragmentos, o que não ocorreu na amostra convencional. Estes resultados indicam que a presença dos aditivos oxibiodegradáveis nos filmes provocou a formação de microplásticos, que se mostraram reticulados devido à incidência da radiação UV, tornando-os mais resistentes. O uso dos aditivos oxibiodegradáveis e da radiação UV como formas de tratamento devem ser repensados, visto que podem estar silenciosamente agravando o problema da poluição plástica.