Com a chegada da pandemia, a sociedade se viu em uma situação completamente desconhecida. Em um universo de relações estreitas e imediatismo, pairou a incerteza e os medos quanto ao vírus que, por meio de uma simples partícula no ar, assolava territórios e nações. Com isto, imperiosa a medida que ora se impôs: isolamento social. O “fique em casa” decretado por 15 dias, em princípio, estendeu-se por rigorosos dois anos, durante os quais jovens e adolescentes tiveram que lidar com as dificuldades na manutenção de seus relacionamentos interpessoais, de modo que passassem a viver em universos próprios e reclusos. Ora, se em todas as etapas da vida o ser humano é também um ser social, não seria na transformação pessoal e constituição do sujeito social um dos momentos mais importantes para que se preze pela convivência com outras pessoas? Diante dos olhos de todos, foi cerceado o momento mais sublime do “adolescer”; a partilha de experiências e novas descobertas se tornou inalcançável, modo pelo qual muitos jovens e adolescentes, afetados pela solidão isolada, passaram a demonstrar traços de distúrbios psicológicos como ansiedade, depressão e compulsões. Para além disso, a tecnologia tornou-se um meio pelo qual ocorreram as tentativas de driblar a distância; entretanto, o uso desenfreado de aparelhos digitais, conjuntamente com a constante exposição às telas, também se fez vilão, tornando-se um agravante à sociedade já fragilizada com a catástrofe pela qual passava. Nesta senda, o presente projeto de pesquisa versa quanto a forma pela qual jovens e adolescentes foram afetados de maneira psicossocial com o advento da pandemia. Carreados à pesquisa dados bibliográficos coletados, bem como resultados de questionários aplicados e entrevistas com profissionais, tornou-se possível melhor compreensão dos efeitos produzidos pela pandemia aos sujeitos em questão, alcançando assim o objetivo deste projeto.