No nosso planeta, apenas cerca de três por cento da água é considerada doce, sendo que menos de um por cento está disponível para consumo humano. Os detergentes convencionais têm se mostrado uma preocupação devido à sua capacidade de causar poluição no solo, mas principalmente aos mananciais, isto devido à presença de fosfatos em sua composição, contribuindo para a eutrofização dos corpos hídricos, resultando na morte da fauna e flora local, bem como afetando os parâmetros físico-químicos do meio. Além de agredir muitas vezes o manipulador, trazendo problemas alérgicos e muitas vezes contribuindo para casos severos, como pneumônicos. Fator preocupante, neste contexto, a criação de um detergente biodegradável surge como uma solução promissora desta forma, este trabalho tem como objetivo geral desenvolver um detergente biodegradável de baixo custo a partir do extrato da casca do juá-manso (Ziziphus joazeiro) que seja eficiente, viável, ecologicamente viável e que não agrida o manipulador e nem o ambiente. Para alcançar este objetivo trabalhou-se extratos de plantas presentes no bioma catingueiro. Foram escolhidas amostras de aroeira-vermelha (Schinus terebinthifolia), planta do sabão (Sapindus saponária) e do juazeiro-manso (Ziziphus joazeiro), devido a capacidade de produzir espumas de acordo com o conhecimento empírico e validado através das análises de abundância, tempo de extração, índice de afrosimétrico, densidade e pH final do extrato. Também se utilizou a palma (Opuntia ficus indica) e a babosa (Aloe vera) como agente tensoativo para a produção deste primeiro protótipo, que após a combinação dos extratos resultou em uma mistura homogênea de pH neutro. Visando a melhoria da viscosidade, substituiu a água da reação de saponificação presente nas bibliografias pelo extrato do Z. joazeiro, obtendo um sabão da planta, que posterior foi diluída em meio aquoso sob aquecimento, de forma a se obter o produto de desejo. Para validar a eficiência e escolher o melhor produto, analisou-se três amostras, sendo elas o comercial, o feito apenas com extrato e por fim o com o óleo por meio da saponificação. O detergente que apresentou os resultados mais significativos foi a amostra feita com o óleo de cozinha, onde seus parâmetros físico-químicos foram similares à amostra comercial e estando dentro do que a legislação brasileira estabelece. Desta forma conclui-se que o detergente produzido é uma opção viável e sustentável para a substituição dos detergentes convencionais, contribuindo para diminuição dos problemas atrelados a água, saúde humana e ao descarte inadequado do óleo de cozinha. Além disso, a comunidade escolar e local está sendo beneficiada através de palestras, oficinas e com a produção deste produto. Palavras-chave: Saponina; Detergente; Biodegradável; Impactos Ambientais; Sustentabilidade.