No mundo atual, é evidente a necessidade de modificação das matrizes energéticas. Matérias primas como o petróleo e o carvão mineral, além de serem prejudiciais ao meio ambiente, mostram-se em processos de uma escassez bastante breve. Neste sentido, a utilização de energias renováveis é o caminho para um futuro sustentável. A utilização de placas fotovoltaicas para captação da luz solar e sua transformação em energia elétrica é uma das fontes de energias renováveis que mais vem sendo utilizada e que demonstra um grande potencial de expansão. Apesar disso, a fabricação das placas fotovoltaicas tradicionais ainda possui um custo elevado e processos de aprimoramento de suas tecnologias são constantes. Dentre as tecnologias mais modernas de produção das placas fotovoltaicas estão o desenvolvimento de células solares orgânicas, que utilizam compostos poliméricos e moléculas específicas, sendo mais leves, com menor custo, flexíveis e de fácil fabricação. Entretanto, sua eficiência ainda deve ser bastante melhorada para atingir os níveis de produção de energia das placas tradicionais. Assim, o presente projeto tem como objetivo a extração e caracterização de antocianinas de amoras pretas, para utilização em células fotovoltaicas híbridas (orgânicas-inorgânicas), comparar os resultados obtidos com células orgânicas já comumente produzidas e relatadas na literatura, e verificar seu potencial de utilização em dispositivos fotovoltaicos. Para tal, foi extraída a antocianina de amoras por meio de dois métodos distintos: com água à 60 ºC e etanol/água à temperatura ambiente. Os dois extratos foram avaliados em relação às suas capacidades de absorbância na região do visível com um Espectrofotômetro de feixe duplo UV/Vis Biochrom Libra S60. Foi caracterizada também a fotoluminescência através de Espectrofotômetro Edmund Optics (BRC112E-USB) com excitação de 405 nm, potência de 7,2 mW e um filtro 442 LP. Após estes procedimentos e caracterização óptica, a antocianina foi liofilizada (Marca, modelo do liofilizador) para retirar a água e facilitar sua utilização, com a antocianina liofilizada foram realizadas as medidas de absorbância, fotoluminescência, conforme procedimentos já descritos e caracterizada também a transmitância por meio de FTIR-ATR. Para a montagem do dispositivo sobre os substratos de vidro recobertos com uma camada de Óxido índio-estanho (ITO) foi crescido por banho químico de nanocristais de sulfeto de cádmio (CdS). Por meio das técnicas de UV-Vis e DRX foi comprovada o crescimento dos nanocristais de CdS e seu tamanho foi estimado. Variados testes foram realizados para determinar a melhor forma de depositar a antocianina sobre o CdS e casting foi o método escolhido. A antocianina sobre o CdS foi opticamente caracterizada e obteve-se um espectro de absorção que cobre toda a região do visível, ideal para aplicação em células fotovoltaicas. Os próximos passos serão a montagem, caracterização elétrica do dispositivo e comparação com os resultados da literatura.