O feminismo é um tema que desperta interesse em aprofundar estudo, além de ser um tema que está ganhando grande repercussão, principalmente nas redes sociais. Desde pequenas, aprendemos que nós mulheres, devemos nos encaixar no padrão bela recatada e do lar, e assim crescemos em uma sociedade machista enraizada. Debater o feminismo vem se tornando algo cada vez mais difícil, devido as várias ideias especuladas sobre o movimento. Diariamente vemos nas redes sociais, um dos maiores meios de comunicação em massa, tentativas de desmoralizar e deslegitimar o feminismo, seja por post com críticas sem fundamentos, comentários agressivos, xingamentos ou memes. Isto é, fazendo um retrocesso social. Partilhamos da mesma preocupação de Carla Cristina Garcia, na sua obra Breve História do Feminismo, de “mostrar que o feminismo tem uma longa história como movimento social emancipatório” (GARCIA, 2011, p. 12). Em vista disso, torna-se necessário desmitificar concepções errôneas e equivocadas, sobretudo as veiculadas nas redes sociais, para ressaltamos a importância dessa luta numa sociedade que estruturalmente é marcada pelo patriarcado, misoginia e machismo. Dessa ideia surge o principal objetivo do nosso projeto: analisar alguns casos de conteúdos agressivos, equivocados e haters sobre feminismo nas redes sociais, dentro de um estudo de caso. Estamos em grande progresso tecnológico, mas quando deixamos assuntos importantes de lado, como feminismo, racismo, sexismo, temos um retrocesso como sociedade. Vivemos em um cenário no qual os jovens são os que mais utilizam as redes sociais, se deparando com um amplo ambiente de comunicação com diferentes assuntos, polêmicos ou não, somados a criação e a difusão de fake news (notícias falsas). Essas fake news vem se tornando cada vez mais um perigoso meio influenciador e formador de opinião popular baseado em mentiras e manipulação de informação. A pesquisa analisa duas contas de redes sociais – Por que o feminismo não deveria existir (Twitter @feminismoinutil), Contra o feminismo (Instagram @contraofeminismo) – que propagam discursos equivocados e comentários agressivos sobre o feminismo. Esses dois perfis selecionados são uma gota no mar de interações das mídias digitais. Há a preocupação de desmitificar tais concepções a fim de ressaltarmos a importância do movimento feminista numa sociedade estruturalmente marcada pelo patriarcado, misoginia e machismo. Como referencial teórico é utilizado Garcia (2011) e Belloni (2001) para contextualizar a questão do feminismo e a atuação midiática, respectivamente. A pesquisa é caracterizada por um estudo de caso com o método de análise de conteúdo, seguindo Bardin (2011), e uma modalidade de netnografia, segundo Kozinets (2014). A perspectiva é qualitativa exploratória, dentro de uma seleção de três posts. O conceito de violência simbólica de Pierre Bourdieu será utilizado como uma guia para essa análise. Os resultados concentram-se no recorte de três publicações e no estabelecimento de uma categoria de análise: a mistificação em torno da supremacia feminista no feminismo. Durante o estudo percebemos que o feminismo é um movimento bastante propagado e discutido nas redes sociais, existindo uma dualidade, entre posts de negação e agressivos, e posts de afirmação e apoio ao feminismo. Limitando-nos nas postagens negativas e agressivas contra o feminismo, verificamos que muitas vezes o conteúdo é agressivo e equivocado, generalizando o movimento, o qual é amplo, denotando assim, várias versões, vertentes e pensamentos diferentes dentro dele.