RESUMO: O projeto visa estudar o uso das fibras de coco e abacaxi como adsorventes acessíveis para a retirada de substâncias lipofílicas dos corpos d’água brasileiros. Mais especificamente, analisou-se a abundância desse material no território nacional, associada ao baixo custo e fácil confecção das fibras, sua capacidade de adsorção dos óleos e aplicabilidade. Primeiramente, as fibras foram produzidas manualmente, utilizando apenas ferramentas cotidianas. O coco foi cortado para separar o mesocarpo, enquanto as folhas da coroa do abacaxi foram desfiadas. Ambos os materiais foram secos ao Sol por um período entre uma e duas semanas, rendendo, em relação ao peso da fruta original, cerca de 215 g/kg de fibras de coco e 14 g de fibras de abacaxi por coroa. Em seguida, as taxas de adsorção foram encontradas a partir de testes, nos quais as amostras de fibras de mesma massa foram submersas em três recipientes, sendo dois controles, com 200 ml água ou óleo, e um terceiro que apresentava 200 ml de água e óleo nas mesmas proporções volumétricas, simulando o ambiente aquático contaminado. Ressalta-se que as fibras foram deixadas por 4 horas em uma estufa a 60 ºC a fim de padronizar o nível de umidade das amostras. Os testes foram feitos com três óleos: óleo vegetal de soja, óleo lubrificante semissintético 15w40 e óleo mineral HyPrene BO150. A análise dos resultados foi baseada no ganho de massa das fibras e no cálculo teórico e prático da proporção de água-óleo do conteúdo adsorvido. Ademais, o estudo abrange duas aplicações, a mitigação dos impactos socioambientais de um derramamento mediante uma manta e a prevenção da contaminação por meio de um filtro. Conclui-se que ambas as frutas apresentaram resultados satisfatórios e promissores, comparáveis a opção comercial, a turfa canadense. O coco obteve melhor desempenho ao interagir com os óleos mineral e vegetal, e, o abacaxi, com o óleo lubrificante. Portanto, as fibras dessas frutas demonstraram-se alternativas orgânicas e acessíveis para combater a contaminação por óleos no Brasil. Palavras-chave: Contaminações por óleo; Adsorventes acessíveis; Fibras frutíferas.