As indústrias de rochas ornamentais são responsáveis pela produção de granitos e mármores, mas nem todo material extraído é utilizado, pois os rejeitos são descartados na natureza por não possuírem valor agregado. Paralelamente ao descarte irregular, no Nordeste do Brasil se enfrenta outra problemática, a falta d’água. A água é essencial para a vida, mas sua potabilidade está em crise global. De acordo com a Organização das Nações Unidas, um quarto da população global não possui acesso a esse bem fundamental. Diante dessas problemáticas, a pesquisa surge com objetivo de desenvolver um tratamento ecológico por meio de um protótipo de baixo custo, produzido a partir do reaproveitamento dos rejeitos de rochas ornamentais, visando a melhoria do acesso à água potável. Durante a metodologia realizou-se um levantamento sobre as principais amostras descartadas no lócus. Posterior a coleta, realizou-se a trituração e as análises necessárias, o granito Ocre obteve os melhores resultados. Com a finalidade de melhorar as taxas de retenção do granito, aumentou-se a superfície de contato por meio de um ataque ácido e validou-se a eficiência por meio do teste de adsorção e micrografias em MEV. Após esse processo, iniciou-se a montagem do filtro, utilizando uma garrafa PET, constituída por camadas, a primeira por polímero siliconado, a segunda pelo ocre e as posteriores de diferentes tipos de areia e pedra. A partir disso foi realizado o tratamento da água e averiguado sua eficiência através de análises físico-químicas e microbiológicas da água bruta e tratada, seguindo as normativas de potabilidade. Concluiu-se com a elaboração e aplicação do projeto, que ele é uma alternativa viável para a reutilização da água contaminada após o tratamento, sendo capaz de remover as impurezas da água, deixando-a apta para ser consumida. E para implementar o projeto na comunidade, foram feitas palestras, oficinas e a distribuição de filtros, a fim de que a população obtenha acesso a tecnologia.