O descarte inadequado de resíduos plásticos tem sido uma das questões ambientais mais urgentes do século XXI. A crescente produção e consumo de plástico, em especial o polietileno de baixa densidade (PEBD), comumente utilizado em sacolas de supermercado, sacos de lixo e diversas embalagens, trouxeram consigo um problema de proporções globais. Em meio a um contexto de ameaças climáticas e contaminação de ecossistemas, surgem esforços para encontrar soluções eficazes e sustentáveis para o gerenciamento deste material. Frequentemente descartado inadequadamente, contribui para a crescente crise ambiental e exerce uma pressão adicional sobre os sistemas de gestão de resíduos. Foi neste cenário que este projeto foi concebido, buscando uma solução inovadora para o desafio do PEBD e que seja uma resposta direta a este problema. A principal inovação apresentada foi o desenvolvimento e implementação de uma extrusora de pequeno porte e baixo custo (específica para residências, condomínios e comunidades) e a análise do seu impacto na conscientização local. Ao contrário das extrusoras industriais de grande escala, a solução foi desenhada para ser operacionalmente simples, adaptável, economicamente viável e ambientalmente impactante, capaz de transformar o PEBD em grânulos compactos e densos, o que facilita não apenas seu armazenamento e transporte, mas também potencializa o seu valor comercial agregado, viabilizando como economicamente relevante a sua reciclagem. Os resultados do projeto, tanto quantitativos quanto qualitativos, evidenciam o potencial da extrusora e a capacidade na gestão do plástico mole em ambientes residenciais. Quantitativamente, a eficácia da extrusora alcançou uma significativa redução de 80% no volume de plástico, com 25% do PEBD tratado diretamente pelos moradores. Dos outros 75% depositados em local indicado (para aqueles que não desejassem realizar o tratamento utilizando a extrusora), 87% pôde ser utilizado diretamente, sem necessidade de lavagem e tratamentos adicionais, contra apenas 33% do plástico mole recebido pela COOVIR. Isto evidencia a ideia acertada de realizar o tratamento do PEBD previamente ao descarte, maximizando o potencial de aproveitamento. Além disso, em um mês, houve a produção de 12Kg de grânulos, o que gerou uma valorização comercial acentuada do plástico, de R$ 2,95 a R$ 5,49 por quilo. Este valor, aliado ao baixo consumo energético da máquina e ao custo da extrusora, indicou uma recuperação do investimento em apenas 10 meses. No aspecto qualitativo, houve uma perceptível diminuição no volume geral de resíduos e uma transformação na atitude dos moradores. A adesão à iniciativa alcançou uma considerável mudança de comportamento, com 75% dos residentes ajustando suas práticas de descarte do plástico mole. Adicionalmente, 62% expressaram um aumento em sua conscientização ambiental, e o uso de sacolas plásticas foi reduzido em 25%. Em resumo, a introdução da extrusora não apenas demonstrou sua eficácia técnica e econômica, mas também agiu como catalisadora para a promoção de hábitos mais sustentáveis na comunidade. A pesquisa reforça a necessidade de ampliar a implementação desta solução e de outras inovações que sigam no mesmo sentido, apontando para um futuro onde a gestão consciente dos resíduos plásticos se torne uma realidade acessível e potencialmente impactante ao meio ambiente. Palavras-chave: Plástico mole, PEBD, Extrusora doméstica, Sustentabilidade, Gestão de resíduos, Conscientização ambiental, Inovação, Economia circular.