A população com idade igual ou superior a sessenta anos está crescendo expressivamente, saltando de 4,7% em 1960 para 12,6% em 2012, segundo o IBGE. Esse crescimento é decorrente de diversos fatores, que conjuntamente corrobararam para o cenário atual encontrado, entre eles ressalta-se: a melhor gestão de recursos para políticas públicas, avanços na medicina e descobertas tecnológicas à população idosa. Tais medidas geraram um aumento da expectativa de vida e um maior envelhecimento populacional.Inerente ao envelhecimento, é comum que se inicie um processo de declínio cognitivo, o que acarreta no aparecimento de demências – entre elas as associadas à perda de memória. Perda essa que provoca intensos decaimentos nos índices, validados pela Organização Mundial de Saúde, que mensuram a qualidade de vida dessa parcela populacional. Frente a isso, o presente trabalho observou que medidas deveriam ser tomadas no que diz respeito à maneira de lidar com essas demências. Há a necessidade de alguma intervenção de sucesso para melhorar a qualidade de vida desses pacientes. Para tanto, optou-se por atuar na fonte do problema: o declínio cognitivo. Torná-lo mais gradual colabora para a ausência da necessidade da criação e desenvolvimento de mecanismos posteriores para os portadores dessas demências.A bibliografia a respeito do estímulo das memórias indica relação existente entre os sentidos como potencializadores do armazenamento de informações. O exercício da memória a partir desses sentidos pode vir a ser uma ferramenta atenuante do potencial declínio cognitivo. Considerando tais informações optou-se pela aplicação de atividades práticas de caráter lúdico- a arteterapia-, envolvendo os cinco sentidos, objetivando o exercício da função neural de pessoas idosas, a fim de melhorar a qualidade de vida desses.A arteterapia consiste num método alternativo, que combina recursos artísticos e expressivos em contextos terapêuticos. Os recursos artísticos baseiam-se em cognição, uma vez que pressupõem pensamento, atenção, expressão e escolhas autônomas. Todos esses aspectos são afetados negativamente pelo declínio cognitivo causados pelo envelhecimento. O estudo de campo, que compôs a metodologia do trabalho, envolveu aplicação de questionários, análise etnográfica e práticas arteterapêuticas. Além disso, foi realizada uma revisão e análise da literatura referente ao entendimento da memória e seus conceitos. A amostragem do estudo contou com 6 participantes idosos, que enfrentam dificuldades associadas ao processo de envelhecimento. Eles foram divididos igualmente entre o grupo controle e intervenção, o primeiro apenas respondeu o questionário SF-36 de qualidade de vida e o Teste Psicométrico de Atenção Concentrada, já o segundo além dos questionários realizou encontros arteterapêuticos.Foram organizados cinco encontros com os participantes, estabelecendo-se como parâmetro os cinco sentidos. A prática consistia em textos disparadores, seguidos por conversas, nesses momentos introduziam-se atividades envolvendo os cinco sentidos. Observou-se uma reação positiva dos pacientes a essa metodologia, além da percepção de maior atividade mental. Os resultados indicam efetividade da arteterapia para atenuação do processo de demência senil. Foi possível observar, com a execução de gráficos referentes aos questionários, melhorias sensíveis na atenção, vitalidade, aspectos emocionais, sociais e saúde mental dos voluntários. Palavras-chave: Arteterapia, memória, qualidade de vida.