O trabalho visa obter, por meio das microalgas Spirulina maxima e Chlorella pyrenoidosa, o ácido graxo poliinsaturado ômega-3. A justificativa do projeto se dá pela importância do composto na saúde humana. Há muitos estudos que comprovam a eficácia do ômega-3 no combate de diversos tipos de doenças e condições. Em 2002, a American Heart Association (AHA) publicou o artigo “Fish Consumptions, Fish Oil, Omega – 3 Fatty Acids, and Cardiovascular Disease” utilizando ensaios clínicos randomizados, que demonstraram que a suplementação com ômega-3 reduziu os desfechos cardíacos fatais significativamente. Na saúde do cérebro, há uma grande incorporação deste ácido que tem um papel importante no funcionamento das membranas celulares no Sistema Nervoso Central, visando o aumento da resiliência dos neurônios e a melhoria da capacidade cognitiva. Porém, pela maior parte do ômega-3 consumido atualmente ser de origem animal, oriundo de peixes e crustáceos, surge a necessidade de um suplemento que possa ser ingerido por alérgicos, veganos e vegetarianos. Portanto, encontrar uma fonte de origem não-animal efetiva de ômega-3, se faz relevante por permitir uma qualidade de vida e saúde maior para aqueles que não têm o devido acesso ao ômega-3 animal. Para obtenção do óleo das microalgas, que foram compradas já em formato de pó para adiantar o processo de cultivo. Foi utilizado o método de Soxhlet, que consiste na passagem de solvente, o utilizado foi o hexano, através de ciclos pela amostra, assim retirando o óleo que possui afinidade pelo solvente. Após a extração e retirada do solvente por destilação simples, calculou-se o rendimento dos óleos. Em duas extrações realizadas, a Chlorella pyrenoidosa teve rendimento de 4,58% e 4,77%; e a Spirulina maxima de 1,14% e 1,31%. Os rendimentos da Chlorella foram maiores que os da Spirulina, isso se deve pela Spirulina ser uma cianobactéria comumente chamada de microalga, portanto não tendo a mesma fração lipídica de uma microalga. Após as extrações, realizou-se testes com as amostras para a comprovação da existência ou não, de ômega-3 nos óleos. O primeiro teste realizado foi o de Espectrometria por Infravermelho que foi comparado com o espectro de um óleo de peixe comercial padrão. O resultado foram bandas bem semelhantes entre os óleos de microalgas e o óleo de peixe, isso indica a presença de ômega-3. O próximo teste ainda será realizado e será a cromatografia gasosa que realizaremos na UFRGS. Esse teste tem como objetivo caracterizar todos os compostos presentes nas amostras e quantificá-los, sendo imprescindível para a conclusão do trabalho. Portanto, até o momento os primeiros resultados se mostram promissores para alcançar o objetivo do projeto que é a busca de uma nova fonte não-animal de ômega-3. Palavras-chave: Ômega-3, microalgas, Chlorella pyrenoidosa, Spirulina maxima.