A presente pesquisa objetiva identificar a relação entre o preconceito e os padrões de beleza, bem como suas interferências na vida de meninas adolescentes, de 15 a 18 anos, da região da serra gaúcha. Busca-se compreender os impactos gerados na vida das jovens, destacando aspectos como a constituição da identidade social, a necessidade de pertencimento, que pode gerar até mesmo, alteração de características físicas ou comportamentais, trazendo as redes sociais como influenciadores. A metodologia incluiu leituras acadêmicas acerca do tema, a aplicação de um questionário online com perguntas majoritariamente objetivas, que contou com 125 respondentes e, finalmente, a realização de dez entrevistas com meninas que voluntariaram-se no momento do questionário, buscando evidenciar as vivências das adolescentes. Os resultados obtidos sugerem grande relação entre preconceito e padrões de beleza, de modo que um nutre o outro. O indivíduo inicia a construção da sua identidade social e visão de mundo desde a infância, sendo perceptível a influência que seus círculos sociais possuem, principalmente as crenças e atitudes de seus familiares. Esta perspectiva inclui o pensamento e as práticas dos indivíduos relacionadas ao preconceito, podendo criar alguns padrões de beleza. Um exemplo é referente à questão racial. O preconceito contra o povo negro, considerando a ideia de superioridade branca, gera padrões de beleza notavelmente racistas. Da mesma forma, a existência dos padrões de beleza pode promover alguns preconceitos. Como exemplo, pode-se citar a questão da sociedade capacitista em que vivemos, que exclui as pessoas com deficiência dos padrões de beleza. Além disso, podemos notar diversos impactos causados por estas problemáticas nas jovens, relacionando-se principalmente com questões como visão de mundo, identidade e práticas sociais. Ou seja, a forma como as jovens enxergam a si mesmas e às pessoas à sua volta está relacionada com uma construção social ou, até mesmo, com quem elas se identificam. Outro aspecto a ser considerado consiste na não aceitação, principalmente por parte dos pais, de alguma característica das jovens. Muitas vezes, essa não aceitação está relacionada a questões de gênero e sexualidade, onde a jovem acaba sofrendo preconceito dentro de sua própria casa. Já a validação e não aceitação, diz respeito ao fato das jovens se sentirem validadas por fatores externos, como relacionamentos, além da naturalização de alguns preconceitos, ou seja, tornam naturais questões como, por exemplo, assédios. Atualmente, o projeto conta com um perfil na rede social Instagram em que é utilizado para a apresentação deste estudo. As análise e resultados obtidos estão sendo gradativamente publicados neste perfil. Pretende-se, assim, oportunizar nesta mídia um lugar acolhedor às jovens e promover uma reflexão sobre as temáticas, além de tornar visíveis as dificuldades das meninas para, enfim, tentar combater estes problemas sociais.