O problema de pesquisa é: ”Por que os jovens perdem o interesse na carreira diplomática?”. Como hipóteses iniciais presume-se que, muitos jovens perdem o interesse na carreira diplomática em virtude da desigualdade social que afeta a sociedade brasileira, do elitismo presente na carreira e da percepção de distância entre a profissão e a realidade da grande maioria dos jovens brasileiros. Assim, o objetivo geral deste trabalho é investigar os motivos que levam ao (des)interesse dos jovens pela carreira diplomática. Já como objetivos específicos, visa-se caracterizar o perfil socioeconômico dos jovens que possuem interesse pela carreira diplomática, investigar o impacto de um projeto de mentoria, preparação e suporte para o estímulo e aumento do interesse de jovens pela carreira diplomática e compreender os motivos que levam ao desinteresse pela profissão. A justificativa para o desenvolvimento da presente pesquisa deriva-se do sonho do autor em seguir a profissão citada. Desse modo, o mesmo poderá aproveitar do conhecimento obtido neste trabalho para seguir sua carreira profissional, além de auxiliar os demais jovens com o mesmo sonho nesta caminhada. Ademais, esta pesquisa também contribuirá para a ciência, pois buscará compreender porquê poucos jovens (em comparação a outras carreiras) se interessam pela diplomacia e sonham em ser diplomatas. Por fim, deseja-se verificar o impacto do elitismo presente na diplomacia brasileira na vida dos jovens que desejam seguir tal profissão. Visando atingir os objetivos desta pesquisa, adotou-se as metodologias de revisão bibliográfica e de levantamento. Assim, realizou-se a aplicação de dois formulários online, cujas amostras foram jovens que possuem entre 15 e 24 anos e que desejam ser diplomatas. A pesquisa também possui embasamento em artigos científicos (e suas respectivas análises bibliográficas) que abordam questões convergentes com a disposta nesta pesquisa. Entre eles, destaca-se autores como: Cheibub (1989), Medeiros (2018), Moura (2006) e Ozaki e Obregon (2018). Sendo esta, uma pesquisa de natureza aplicada, de abordagem qualiquantitativa, com objetivos explicativos e com procedimentos bibliográficos e de levantamentos. Através das metodologias aplicadas, evidencia-se o grande interesse das mulheres (71% da amostra) e das pessoas negras (60% da amostragem) em serem diplomatas, no entanto, os dados destoam da realidade da diplomacia brasileira, uma vez que, tais grupos sociais representam, respectivamente, apenas 23% e 11,6% dos servidores em exercício no Itamaraty, segundo dados do Anuário do Instituto Rio Branco de 2020. Destarte, é notório que há obstáculos entre o desejo de ser diplomata e, na prática, se tornar um(a) oficialmente. Portanto, através do estudo realizado e das metodologias aplicadas, conclui-se que as hipóteses iniciais estão corretas, muitos jovens acabam se desinteressando e ficando desmotivados em seguir a carreira diplomática em virtude de questões financeiras (oriundas da desigualdade social presente no país e do elitismo fixado na carreira em evidência), da falta de apoio da família e amigos e também pela distância da profissão de suas realidades. Além disso, outros fatores importantes também foram observados: devido a alta concorrência e a complexidade do processo, a insegurança e a incerteza de investir tempo e recursos financeiros para se preparar para o Concurso de Admissão à Carreira Diplomática. Palavras-chaves: carreira diplomática; jovens; desigualdades sociais.