O presente trabalho trata de uma análise aos Sistemas Agroflorestais (SAF ‘s), modelo de produção que preza pela sustentabilidade, cultivando diversas espécies que interagem entre si, enriquecendo os nutrientes do solo (RIBASKI; MONTOYA; RODIGHERI, 2001). Junto a isso, a agricultura familiar presente no município de Tupandi/RS tem acesso a aplicação do glifosato, utilizando-o como “defensivo agrícola”, quando na verdade sua utilização pode afetar diversos aspectos do solo e a saúde humana. Portanto, busca-se responder a seguinte pergunta: os sistemas agroflorestais são um método eficaz para recuperação de solos degradados pelo glifosato? O projeto de Iniciação Científica é importante, principalmente, porque de acordo com COELHO et al (s/d), no solo encontram-se os recursos de equilíbrio para os ecossistemas terrestres, interagindo com ambas as fontes de vida no planeta, e uma vez degradados, refletem sua fragilidade à comunidade como um todo. Para verificação da hipótese inicial da pesquisa, foram realizadas pesquisas bibliográficas, depois, foi realizada a montagem de um formulário para o dono da agrofloresta que reside no município de Tupandi/RS, a “Agrofloresta do Inacinho”, destinada ao produtor Inácio Rohr, contando com 8 questões para embasar a pesquisa, com relatos de um produtor com experiências no setor agroflorestal. Depois, foi feita uma visita à agrofloresta para agregar entendimento sobre como funciona o modelo de produção na citricultura, e como foi o processo de construção da agrofloresta. Com a visita, o produtor conta que com o desenvolvimento da agrofloresta, foram notadas mudanças no solo, percebendo que o solo agroflorestal foi desenvolvendo uma estrutura de forma que apresenta pouca erosão e um solo rico em matéria orgânica. Para uma real comparação e análise de um solo agroflorestal para outro com glifosato, foi feita a análise do pH dos solos; para isso, foi utilizado um pHmetro, as amostras foram divididas em 3 copos de Becker diferentes, o Becker (1) continha solo agroflorestal puro; o Becker (2) solo agroflorestal que foi secado para apontar uma amostra sem a interferência da água; e por fim, o último Becker (X) representa a amostra de solo contaminado por glifosato. Com os resultados, observa-se que o solo com agrotóxico (X) estava com pH 7,8; o solo Agroflorestal puro (1) possui um pH 7,1 e o solo Agroflorestal seco (2) com pH 7, sendo esse último de maior neutralidade, visto como pH ideal. Já o pH 7,8, do solo com aplicação de glifosato, mostrou uma maior alcalinidade, assim como já afirmou CABALLERO (s/d) que os solos alcalinos possuem baixa quantidade de micronutrientes. Após, foi realizada a análise do material mineral dos solos, para esse processo foi utilizada a mufla. O equipamento remove toda matéria orgânica através da fonte de calor, deixando apenas o material mineral, assim o equipamento foi aquecido na temperatura de 600°C e cada um dos cadinhos foi pesado e inserido na mufla. Percebeu-se que os resultados obtidos na análise da matéria mineral não apontaram diferenças. Por fim, foi enviado um formulário à Diretora do Meio Ambiente do município de Tupandi/RS, Leida Werlang Kochhann, com 4 questões para verificar sua opinião em relação ao SAF’s e o uso do glifosato. Com as respostas obtidas, observa-se que não há controle sobre o uso de agrotóxicos no município, portanto, é necessário que seja apresentado aos munícipes uma método de diminuição de uso do agrotóxico. Foi desenvolvido um folder digital para que as pesquisadoras auxiliem na diminuição do uso de agrotóxicos no município de Tupandi/RS, trazendo possíveis soluções para o problema. Contudo, foi possível comprovar a hipótese inicial da pesquisa. Conclui-se que a utilização de pesticidas não respeita o ciclo natural da vida, mas com os SAF ‘s é possível recuperar de forma gradual os nutrientes de solos degradados pelo glifosato, preservando a biodiversidade e zelando pela sustentabilidade do meio ambiente.
Trabalho excelente evidenciando que é possível produzir alimentos respeitando o meio ambiente.